Jovens pesquisadores do IFRR receberão bolsas do CNPq para aprimorar mão robótica

Os alunos do curso Técnico em Eletrônica integrado ao ensino médio, do Campus Boa Vista (CBV), Éder Gabriel Chaves Brandão e Luiz Cláudio de Melo Junior, foram premiados com Bolsas de Iniciação Científica Júnior (ICJ) do CNPq, pela participação na edição 2018, da Mostra Nacional de Robótica (MNR), com vigência em 2019.

Os alunos foram premiados pelo brilhante desempenho no desenvolvimento do Projeto Saphyra 2.0, que consiste no desenvolvimento do protótipo de uma mão robótica inteligente, acionada por radiofrequência.

Éder explica que devido ao alto custo do projeto quase pensaram em desistir de desenvolvê-lo, mas com muita persistência foi possível concluí-lo. “No começo achávamos que não iríamos conseguir, mas fomos em busca de patrocínio e também arrecadamos algum dinheiro, então resolvemos acreditar no potencial da ideia e desenvolvê-la. Essa mão robótica tem várias finalidades, como facilitar o trabalho de profissionais da área de resgate, como é o caso dos bombeiros, pois ela será capaz de, em casos de incêndios por exemplo, verificar as condições de calor, presença de umidade e fumaça no local do incidente, evitando assim que o próprio homem se arrisque, pois a mão robótica fará o resgate em seu lugar. Outra finalidade é servir de recurso para pessoas amputadas ou que perderam a movimentação das mãos em virtude de alguma doença. Por meio de um circuito elétrico, elas receberão os impulsos que serão codificados e realizarão os movimentos. Uma terceira vertente é ajudar as pessoas surdas a se comunicarem por meio da libras, nesse caso, por meio da inteligência artificial. Nessa parte do projeto pretendemos criar a metade de um corpo, com os membros superiores e cabeça, que em conjunto com um computador, traduzirão as mensagens para a pessoa surda na língua de sinais. Então essa é a proposta do Saphyra 2.0, cada dia ajudar mais pessoas”, explicou.

Para o professor Heitor Hermeson Rodrigues de Carvalho, que orientou os alunos no projeto, o recebimento da bolsa do CNPq representa um resultado significativo para a instituição, já que os alunos foram contemplados no ano em que houve significativa redução de número de bolsas concedidas. “Eles foram contemplados dentre 36 estudantes de todo o país e terão a oportunidade de investir os recursos no aprimoramento do projeto. Na próxima MNR, que ocorrerá no Rio Grande do Sul, eles irão apresentar a versão melhorada do protótipo que criaram. Como professor é extremamente gratificante orientar esse tipo de projeto, que contribui para a ampliação do conhecimento, e inclusive para a mudança de comportamento, maior envolvimento e superação de desafios dos alunos, como é o caso do Eder. O Luiz sempre demonstrou habilidade para a programação, tendo características de um autodidata, algo formidável na área da eletrônica. Acredito que no segundo ano, quando terão aulas de microprocessodores, eles terão como aprimorar ainda mais o projeto”, relatou.

“Com a aquisição das bolsas do CNPq por esses estudantes teremos uma oportunidade ímpar de projeção do CBV/IFRR, do curso e dos estudantes contemplados, pois considerando as dificuldades e a distância de Roraima, inserí-los no mundo da pesquisa significa um passo fundamental na vida escolar de cada um. As experiências que irão vivenciar, certamente, servirão de base para a ressignificação do curso Técnico em Eletrônica, do qual estes estudantes são oriundos”, ressaltou Joseane de Souza Cortez, diretora-geral do CBV.