Economia Solidária: Empreendedores sociais recebem apoio de Incubadora para desenvolvimento

De associação à cooperativa. Assim foi a trajetória da Cooperativa de Confecções (Coonfec), situada na rua Tambaqui, no bairro Santa Tereza, na zona Oeste de Boa Vista. Nela, pouco mais de 20 mulheres trabalham, com auxilio de máquinas de costura, na elaboração de fardamentos escolares, para empresas, costuras em geral e artesanato.

Maria dos Santos Souza faz parte da Coonfec e lembra como tudo começou. “Antigamente, em 1996, erámos associação, mas vimos que ela era muito pequena e nós corremos atrás de várias pessoas para transformarmos em cooperativa”, disse. E foi através de uma visita que a vida dessas mulheres começou a mudar. “Tivemos todo o apoio da incubadora para criarmos a nossa cooperativa”, lembra. Em meados de 2008, mesmo sem saber direito do que se tratava, a Coonfec se uniu à Incubadora que passou a ajudá-las com assessoria técnica e transformar aquele trabalho em algo rentável para o grupo. “Arriscamos”, resume Maria. “Tudo que precisamos, eles estão aptos a nos ajudar”.

Para ela, passar para condição de cooperativa garantiu a autonomia de trabalhar para si mesma, sem a figura de um patrão, como ela define. “Ensinamos outras pessoas que não sabem costurar, mas quem realmente quer aprender e quer trabalhar”, conta.

Coonfec (3)

A Coonfec e mais cinco associações fazem parte do Programa vinculado a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Extensão (PRAE), da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários (ITCPES), implantado na instituição há 10 anos. A professora coordenadora da Incubadora de Economia Solidária, Meire Pereira, explica que essa incubadora atende associações, minorias.

Esse modelo de incubadoras nasceu em 2003, como um novo modelo da Secretaria Nacional de Economia Solidária que fomentou o auxílio a empreendimentos sociais, como associações, quilombolas, catadores, entre outros. “Esses trabalhadores, de fato, não seriam inseridos no mercado de trabalho comum, já são excluídos socialmente”, analisa. Segundo ela, além da relação de trabalho, a Economia Solidária tem como característica a criação de laços de solidariedade naquele determinado grupo.

As incubadoras sociais ficam responsáveis pela formação dos empreendimentos, com suporte técnico em assessoria, acompanhamento e orientação. “É um trabalho muito bonito”, pondera. A princípio, a equipe da ITCPES esteve em bairros da capital em busca de grupos com características de trabalho associativo coletivo. Além da Coonfec, Meire citou o grupo folclórico Feras da Amazônia e a HortiVida como outros empreendimentos de sucesso incubados na ITCPES.

No próximo dia 18 de agosto, quinta-feira, no auditório do Instituto Insikiran, na UFRR, a partir das 8h, acontece um encontro sobre Economia Solidária. Na oportunidade, explica Meire, os incubados terão a oportunidade de se conhecerem e, se possível, formalizarem parcerias comerciais. “Será uma oportunidade de mostrarmos um pouco sobre nós para comunidade”, convida.

 

 

Texto: Yasmin Guedes