A busca por uma aparência mais jovem tem levado cada vez mais pessoas a consultórios médicos para se submeter a procedimentos estéticos. No entanto, alguns resultados negativos acabam deixando muita gente receosa quanto às técnicas utilizadas.
E o boom do momento para resolver essa questão tem sido a harmonização facial, que promete, acima de tudo, manter a naturalidade dos traços faciais, “equilibrando harmonicamente o que está faltando no rosto ou o que já perdeu ao longo dos anos”. É destacar o que tem de mais bonito e corrigir algumas imperfeições.
De acordo com a dermatologista Sihamme Fraxe, a harmonização facial trata-se de um conjunto de técnicas que vão ajudar o paciente com rejuvenescimento e melhora da qualidade da pele. “A ideia da harmonização não é transformar um paciente em alguém que ele nunca foi. Mas melhorar e favorecer o envelhecimento de uma forma mais natural”, ressalta a médica, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Para a Sihamme, a medicina tem evoluído cada vez para buscar a individualização do paciente na hora de decidir pelos procedimentos estéticos faciais. “Não se tem uma única fórmula para todo mundo. Não é uma receitinha de bolo. Harmonização não tem nada a ver com matemática. A gente pode até usar algumas proporções, que a gente chama de proporções de beleza, mas isso sempre individualizado no rosto de cada paciente”, ressalta.
Ela acredita ainda ser necessário também que os próprios pacientes se conscientizem que o ideal é favorecer os pontos positivos, e melhorar o que está ruim. “Não dá para querer a boca da Angelina Jolie, se o seu rosto não comporta aquilo. Existem as medidas que são consideradas de beleza. O correto é tentar sempre colocar o que realmente cada paciente precisa e o que certamente vai ser a diferença no rosto de cada um. Virar outra pessoa está fora de qualquer padrão natural de beleza. A linha de dermatologia hoje não é mais essa”, afirma.
AFINAL, COMO É FEITA A HARMONIZAÇÃO
A médica explica que as técnicas utilizadas na harmonização facial incluem preenchedores, como o ácido hialurônico, e também a aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente por botox, e o uso de bioestimuladores, que são produtos utilizados para melhorar a flacidez da pele do rosto, com o estímulo da produção de colágeno.
“Mas hoje 90% da harmonização facial, sem dúvida, envolve preenchedor com ácido hialurônico, que é o que dá sustentação facial. Serve para projeção do queixo, melhora das olheiras, do arco mandibular e para o efeito top model look [realçar as maçãs do rosto]”, descreveu, ressaltando a diferença entre essa técnica da utilização do botox: “São coisas totalmente diferentes. O botox paralisa o músculo e diminui as rugas que fazem contração, seja na testa ou nos pés de galinha, por exemplo”, diz.
“Já o preenchedor é usado para dar volume e mudar um pouco o formato. Preenchimento não paralisa nenhum músculo. Se aplica onde teve perda, seja de gordura ou por remodelamento ósseo. A gente vai percebendo com o passar dos anos que a região próxima aos lábios, conhecidos como bigode chinês, vai baixando porque a pele reabsorve gordura e colágeno. A indicação, portanto, para essas áreas é entrar com preenchedor. Não botox”, explica.
DESCONFIE DO BARATO QUE PODE SAIR CARO
Muitas vezes a queixa de alguns pacientes é que os procedimentos não são muito acessíveis. A dermatologista explica que realmente os produtos utilizados nas técnicas não são baratos, o que portanto, faz com que o procedimento não saia assim tão em conta.
“Mas se a gente pensar no custo do produto e no custo que a gente aplica no consultório. Não. Não acho um absurdo. Me preocupo muito com valores que são aplicados muito abaixo porque as vezes não supre nem o valor do produto”, alerta a médica, ressaltando que um procedimento com valor muito abaixo do mercado pode causar problemas graves e que muitas vezes não tem como reverter.
Alexsandra Sampaio
Equipe EducaRR