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Projeto de pesquisa vai incluir PANCs na produção de doces de cafeteria

Estimular a utilização de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) nos cardápios e cozinhas das empresas do ramo de alimentação de Boa Vista tem sido uma constante na vida da professora doutora e pesquisadora Mahedy Passos. Dessa vez, a ideia é introduzir PANCs como buriti, caninha da índia, flor de pata de vaca, castanha da munguba e hibiscos na produção de doces e salgados da Cafeteria Madame de Leite.

A nova pesquisa só será possível porque o projeto da aluna Erizângela Regia de Oliveira Almeida, do curso de Agroindústria do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP), foi um dos 18 aprovados no Programa Bolsa de Inovação Tecnológica (Biterr 2019), realizado pelo IEL, Sebrae e Senai.

Mahedy é a orientadora de Erizângela e juntas começaram esta semana o trabalho de pesquisa com o buriti. A colheita do fruto aconteceu, nesta quarta-feira, 7, e agora os experimentos serão para criar uma geleia que deverá ser utilizada em um cheesecake da cafeteria. “Nós vamos estudar o potencial inovador das plantas não convencionais e as nativas não usuais na economia roraimense. Nesse caso, por exemplo, em vez de só ter aqueles doces comum, só a base de chocolate e morango, a proposta é que eles incluam as PANCs no cardápio dos doces”, explica.

Sobre o buriti, a pesquisadora observa que, apesar de ser o símbolo do lavrado de Roraima, praticamente não se encontra o fruto com frequência nos mercados locais. “É uma vez ou outra que aparecem nas feiras. O buriti pode até não ser PANC em alguns locais onde já é bastante utilizado e valorizado, como no Nordeste, mas aqui consideramos como não usuais”, completa.

A professora explica que o projeto deverá ser desenvolvido dentro de seis meses. Segundo ela, após a produção da geleia, a cafeteria iniciará a etapa de experimentos em produtos ou na criação de novos. “Depois vamos colocar um período para degustação e, por fim, o produto vai pra prateleira, para venda, justamente para analisarmos o potencial, o alcance, o lucro e se realmente vale a pena”, explica.

E convida a população para contribuir: “Quero contar com o público para que chegue lá e consumam, no período de degustação, para nos dar um feedback dos produtos feitos com as nossas plantas para que a gente veja justamente a questão da inclusão dessas plantas como potencial inovador no mercado de Roraima”, completa.

Ela informou ainda que as demais plantas serão utilizadas na decoração dos doces (flor de pata de vaca), geleia na cor verde (Caninha da índia), para receitas salgadas vão trabalhar a castanha da munguba, como numa pannacotta. “Geralmente qualquer doce que vai castanha pode ser utilizada a munguba. É o que mais tem nas praças de Boa Vista, que parece um cacau. Tem inúmeras possibilidades, podem utilizar também as flores, geleia de hibiscus. A ideia é que a empresa entre com a experiência de doces e a gente entre com a inovação, com as novas frutas que podem ser utilizadas nos doces que são preparados na cafeteria”, conclui.

Por Alexsandra Sampaio

Equipe EducaRR