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Crianças fazem pesquisa sobre consumo de sacola plástica e estimulam uso de ecobolsas

Com o objetivo de estimular nas crianças a responsabilidade ambiental, um projeto de ecobolsas recicláveis despertou a atenção dos alunos do 1º ano do ensino fundamental, da Escola municipal Maria Gertrudes para a conscientização e o fim da utilização de sacolas plásticas. Uma mobilização na escola, pesquisas no comércio local e a reciclagem de guarda-chuvas para produção das ecobolsas, como alternativa para minimizar o impacto ambiental causado pelos sacos plásticos, fizeram parte dessa primeira etapa do projeto escolar, que funciona no bairro Santa Luzia, zona Oeste de Boa Vista.

Nas primeiras aulas deste ano, a professora da classe, Sivanilde Rodrigues, deu início às discussões sobre os impactos no meio ambiente, quando aconteceu o uso exagerado e o descarte incorreto das sacolas plásticas. “Esclarecemos sobre os prejuízos porque o plástico é algo que vai muito fácil no vento. Pode parar nos esgotos, causando enchente nas cidades; pode deixar o rio poluído; vai parar na floresta ou no mar. Estudos comprovam que as tartarugas confundem a sacola com alimento e acabam morrendo. Portanto, o impacto é muito grande no meio ambiente”, relembra.

Depois de atrair a atenção dos pequenos e garantir o engajamento da turma, ela conta que os alunos passaram a ser os multiplicadores da campanha dentro de casa. “Alguns pais nos contaram que as crianças já não querem mais levar as compras do supermercado em sacos plásticos, e os adultos tiveram que providenciar caixas de papelão para embalar as compras”, comemora a professora.

Para ela, essa conscientização só foi possível porque as crianças participaram ativamente de todo o processo, inclusive da pesquisa no entorno da escola, em três estabelecimentos comerciais que funcionam no bairro. O objetivo era descobrir a quantidade de sacolas que são utilizadas diariamente e anualmente em cada um deles.

Após as visitas dos alunos aos supermercados do bairro, o projeto identificou que os três locais entregam cerca de um milhão de sacolas plásticas por ano aos seus clientes. “Ou seja, somente nesses três mercados já chegamos a um milhão. Se pensarmos na capital e no estado todo, são números que assustam”, ressalta a professora.

Foi então, a partir desta constatação, que a turma iniciou a mobilização dentro da escola e em casa para arrecadar guarda-chuvas quebrados para serem reutilizados na confecção das ecobolsas. Até o momento, mais de 30 sacolas recicladas foram confeccionadas para apresentação na Feira de Ciências da escola que acontece nesta quinta-feira (12).

A professora informou ainda que, após a apresentação dos alunos na Feira, existe a expectativa de vender as ecobolsas para quem tiver interesse em ajudar no projeto. “Cada aluno vai receber uma bolsa reciclada, mas conseguimos arrecadar bastante guarda-chuva e a ideia agora é vender, por um preço simbólico entre 10 e 15,00 reais, para nossa confraternização de final de ano”, explica.

PROJETO DE LEI

Outra atividade dentro do projeto de reciclagem de guarda-chuva para substituir sacolas plásticas aconteceu na Câmara Municipal de Vereadores de Boa Vista. Os alunos visitaram o legislativo municipal para saber se já existia alguma iniciativa de projeto de lei para proibir o uso de sacolas plásticas no mercado local.

Os alunos visitaram os gabinetes de dois vereadores, Renato Queiroz e Professor Linoberg. Lá eles foram informados que existe, sim, um projeto de lei em tramitação na Casa, que é de autoria do vereador Renato. “O objeto foi demonstrar nossa preocupação com a essa questão e cobrar uma iniciativa como essa, que já constatamos que existe em outras cidades do país”, explicou a professora.

Os próprios alunos já haviam pesquisado e tinham a lista das cidades onde já existem leis municipais e estaduais, proibindo o uso de sacolas plásticas. “Desde 2008, algumas cidades já estão com lei em vigor. Já sabemos que em abril de 2019 um projeto de lei foi protocolado, mas ainda não foi para votação. Mesmo assim ficamos muito felizes com a iniciativa porque é urgente e necessária uma medida para coibir, uma vez que os números são assustadores”, ressalta Sivanilde.