Realizar uma colheita segura de açaí e em grande escala. Esse é o objetivo do projeto de pesquisa do estudante do curso de Tecnólogo em Agroecologia, Carlos Coutinho da Silva. O equipamento que será elaborado pelo aluno da UFRR (Universidade Federal de Roraima) faz parte dos projetos aprovados este ano para participar do Programa Bolsa de Inovação Tecnológica (Biterr 2019), realizado pelo IEL, Sebrae e Senai.
Como todo projeto desenvolvido pelo Biterr, a ideia é unir ensino, pesquisa e o mercado de trabalho local. Dessa forma, o projeto pretende atender a empresa Açaí Natural du Bom, que há muito tempo tem enfrentado dificuldades na hora da colheita do fruto, principalmente, no período de chuvas, além dos riscos aos catadores com a técnica tradicional.
Segundo o estudante, o trabalho de pesquisa pretende elaborar um equipamento que faça a colheita dos cachos de açaí sem a necessidade do colhedor, se arriscando para subir no tronco da árvore. “É muito perigoso esse processo tradicional. O dono da empresa tem relatos de funcionários dele que já se machucou e, ele próprio já caiu de um tronco de açaí”, conta.
Além disso, outra queixa do empresário é quanto ao período de chuvas, quando a colheita do fruto fica totalmente impraticável. Segundo Carlos, os riscos ficam ainda maiores para os colhedores. A empresa Du Bom possui produção própria, mas no inverno precisa recorrer a outros fornecedores para manter a produção da empresa. “No período de chuvas, não tem como subir porque é liso e perigoso”, explica, afirmando que o equipamento que está desenvolvendo será automático, com movimentos de controle guiado, e terá lâminas para cortar os cachos. “Será uma máquina média que dê para o colhedor levar sem fazer muito esforço e de fácil de uso. Pretendemos fazê-lo à prova d’água. Ele apenas encaixado no tronco do açaizeiro, terá o processamento de subida, descida e corte do cacho do açaí”, detalha.
Ele informou que no primeiro mês de trabalho, o projeto está em fase da produção do esquadro. Para o desenvolvimento do equipamento, o aluno explicou que serão necessários conhecimentos em outras áreas como informática e eletricidades. “Quanto a isso, já firmamos uma parceria com um professor da UFRR da área de Tecnologia da Informação, que nos dará auxílio na configuração do equipamento. Além disso, eu tenho formação em robótica e técnico em eletrotécnica”, explicou.
Para Carlos, essa oportunidade do Biterr trará ganhos muitos maiores do que aqueles adquiridos apenas em sala de aula. O principal deles é o contato com o produtor familiar, que é público-alvo do profissional de Agroecologia. Além disso, ele acredita que a experiência vai ajudar a ter mais desenvoltura nas próximas abordagens no mercado de trabalho. “Vai me proporcionar um ganho de conhecimento que não é só teórico, é totalmente prático”, ressalta.
Por Alexsandra Sampaio
Equipe EducaRR