Estácio é parceira de projeto que incentiva migrantes e refugiados a empreender

O Centro Universitário Estácio da Amazônia promoveu durante todo esse sábado, 21, mais uma etapa do projeto Redes de Integração Socioeconômica que foi criado este ano em Boa Vista com o objetivo de estimular a geração de renda e negócios na cidade. A iniciativa é do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), ONG do Rio de Janeiro que acredita na construção de uma sociedade sustentável tendo como base o conhecimento, a cooperação e o empoderamento das pessoas.

Na Estácio, aconteceu o dia de ação coletiva que teve como objetivo final a apresentação de ideias de novos negócios ou alguma atividade já existente que necessita de melhorias a uma banca que vai selecionar os empreendedores que passarão para a próxima etapa do projeto e que futuramente receberão ajuda financeira para abrir o empreendimento.

O público dessa iniciativa são refugiados e migrantes venezuelanos e brasileiros de baixa renda, que possuem ideias empreendedoras, mas não têm recursos mínimos para coloca-las em prática. Antes dessa atividade, parte do grupo já participou de outras três atividades realizadas pela Cieds na capital, como as oficinas ‘Pense Grande’, curso de formação em direitos, cultura e habilidades para a vida e do ‘Inspira Boa Vista’.

“São pessoas que tenham interesse de empreender, que pode ser já com uma ideia de negócio ou até mesmo um negócio já existente e que a pessoa já tenha realizada alguma venda. O objetivo é promover diversidade de opiniões, para que eles identifiquem desafios e problemas aqui na cidade e no estado e pensem em possíveis soluções, estimulando a criação de soluções de negócios”, explica Gabriel Vasconcelos, consultor de desenvolvimento institucional do Cieds.

PROGRAMAÇÃO
Antes mesmo de iniciar as apresentações de ideias de negócios para a banca examinadora, os participantes ouviram relatos de empreendedores como forma de inspirar cada um deles com novas ideias. Houve a participação de Sérgio Medeiros, presidente da Cooperativa Agropecuária dos Cinco Polo (CooperCinco). Ele apresentou sua trajetória, contando até mesmo fracassos, mas destacando sempre como essa atividade é uma maneira de empreender.

Outro palestrante foi Ernani Cardoso, que mora há seis meses em Boa Vista e hoje é voluntário do projeto Inspira Boa Vista. “Ele apresenta seu relato, que tem uma trajetória na academia e até então não era empreendedor, mas que ao chegar à Boa Vista identificou oportunidades, desafios e começou a pensar nesses desafios como oportunidade de negócios. Hoje ele está pensando em três projetos de empreendimentos”, conta Vasconcelos.

Quatro bancas simultâneas foram montadas para analisar as apresentações e pelos critérios definidos haverá a escolha dos participantes que vão passar para próxima fase do nosso projeto.
A próxima fase trata-se de uma formação empreendedora que terá duração três meses. “Durante essa formação, eles vão ter aulas com especialistas, professores, com empresários e empreendedores locais para desenvolver de fato a ideia de negócios ou qualificar um negócio já existente”, explica.

Ao final dos três meses, os classificados voltam a se apresentar para novas bancas que vai avaliar quais negócios realmente devem ir para um processo de incubação que vai durar um ano. Gabriel explica que o financiamento desses novos empreendimentos é resultado de uma parceria entre o Cieds e a Fundação Iochpe, financiados pelo Open Society Foundation. “A partir dessas organizações é que haverá um aporte de recursos sementes, inicial, para esses negócios selecionados. Além delas, queremos contar com outras instituições locais que queiram financiar esses negócios. Neste momento estamos cuidando da capacitação, da qualificação desses empreendedores para que no ano que vem eles possam receber recursos financeiros”, concluiu.

O PROJETO
Vasconcelos explica que o projeto Redes de Integração Socioeconômica tem realizado parcerias e cooperações com diferentes instituições para realização de suas atividades. Já possui parcerias com agências da ONU, como Pnud e Acnur, assim como instituições profissionalizantes e de ensino superior como a Estácio, organizações da sociedade civil, entidades representativas de setores econômicos e órgãos de governo. “O objetivo é pensar coletivamente sobre como brasileiros e venezuelanos podem contribuir no processo de desenvolvimento de Boa Vista”, explica.