“Teremos um olhar diferenciado a partir de agora. A violência sexual está aí. As crianças e adolescentes são responsabilidade nossa também. A gente acha que está distante, mas pode estar bem aqui a situação”. Essa é a avaliação da professora orientadora Luanda Letícia Borges, que está participando da capacitação sobre violação de direitos, promovida pelo Núcleo de Proteção ao Tráfico de Pessoas para Fins de Exploração Sexual, do Centro Humanitário de Apoio a Mulher (Chame), da Assembleia Legislativa de Roraima.
A capacitação que é destinada a orientadores educacionais da Univirr (Universidade Virtual de Roraima) capital e interior, iniciou nesta quinta-feira, 25 e acontecerá até amanhã, sexta-feira, 26, na sede da Secretaria de Estado da Educação, na rua Barão do Rio Branco, no Centro. A Univirr é parceira da iniciativa. Desta vez, conforme explicou a internacionalista do Núcleo, Jamile Mendonça, o público-alvo da capacitação está sendo os professores orientadores da rede pública estadual. “Eles têm o papel importante de formar os novos cidadãos do futuro. As pessoas vão crescer com o conhecimento”, ressaltou.
Jamile explicou que durante a capacitação, os orientadores estão conhecendo mais sobre os dispositivos legais, as formas de enfrentamento da violência para que possam ensinar a sociedade sobre a prevenção.
E as informações apresentadas nesse encontro, segundo a orientadora Luanda Letícia, farão com que esses profissionais, assim como ela, observem ainda mais o que ocorre a sua volta. “Se antes já observava, hoje isso será ainda mais ampliado não só como educadora, mas também como cidadã. É necessário que seja feito esse trabalho”, enfatizou.
Um dos palestrantes, o professor doutor da UFRR (Universidade Federal de Roraima), Flávio Lírio, acrescentou que a escola precisa saber ouvir, olhar e falar sobre a questão da violência sexual contra criança e adolescente. “Os orientadores têm essa função na escola: ouvir os alunos, família, professores, olhar o que está acontecendo na escola e verificar um determinado comportamento que não é recorrente”. Ele ressalta que até uma dificuldade de aprendizagem, sono, relação com os colegas, algo que não é usual, pode ser indício de estar sofrendo alguma violência ou violência sexual, segundo Flávio.
O Núcleo de Proteção ao Tráfico de Pessoas para Fins de Exploração Sexual, conforme Jamile, irá realizar outras capacitações. “Temos outros projetos, inclusive capacitação para professores”, disse.
Fonte: SupCom/ALE