Todo início de ano é a mesma situação: os pais de crianças precisam dedicar parte da sua agenda para as compras de material escolar. Eles precisam também encontrar uma forma de economizar com esse gasto que só cresce a cada recomeço de ano letivo. Eduardo Merlin, professor e coordenador do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Estácio da Amazônia, observa que a movimentação no comércio por conta das compras de material escolar aquece as vendas em janeiro e impacta a economia local, o que consequentemente afeta também o planejamento financeiro familiar.
Para ele, os pais veteranos, depois de alguns anos com os filhos na escola, já descobriram como driblar os preços altos e deixar essa conta dentro do orçamento. Por isso, trocar informações é importante. “Durante os períodos nos quais os filhos ou dependentes avançam na pirâmide dos níveis educacionais, esses pais vão aprendendo as regras básicas e descobrindo cada vez novidades. O desafio é comprar maior quantidade de material pelo menor preço, garantindo a qualidade. Algumas mães e pais de alunos repassam sua experiência para os que vão começar este ano com essa rotina”, observa.
E uma das dicas que o especialista dá – e alguns pais já conhecem, é identificar a região na cidade onde está o maior número de papelarias próximas. “Isso permite uma concorrência entre eles e ganha quem tiver menor preço”, explica. Outra sugestão de Merlin é analisar bem a lista de materiais para cortar aqueles que podem ser reaproveitados ou que já tenha em casa, “Alguns exemplo são as tesouras sem ponta, apontador de lápis, régua e outros materiais duráveis”, comenta.
Para economizar ainda mais, o especialista lembra que a negociação é importante na hora do pagamento. “Pagar à vista e uma grande quantidade sempre tem maior margem de desconto. Portanto, pense em juntar a lista com a de outras pessoas e comprar na mesma loja”, sugere. Ele observa também que o período de férias é a época do ano em que as crianças mais assistem a filmes e desenhos animados. Segundo o professor, os materiais que carregam as marcas ou personagens desses filmes encarecem o material. “O momento é de cautela quanto a essa questão para não pagar muito caro por determinados produtos só por ter um personagem conhecido da criançada”, ressalta.
O professor ressalta que o aquecimento do comércio com as compras de material é um assunto importante e influencia bastante nas finanças da população. Ele observa, por exemplo, o peso elevado dos tributos embutidos nos preços dos produtos da lista escolar, que foi divulgado pela Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE). “A tributação pode chegar a 49,95% no caso da caneta, 34,99% nos lápis, 34,99% no caderno, 39,29% na borracha e 39,62% na mochila”, informa.