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Os desafios dos pais com aulas online das crianças em casa

Muita coisa mudou na vida da gente nos últimos dois meses. O mundo todo enfrenta diversas dificuldades e está se adaptando a mudanças necessárias que o isolamento social impôs. E quem tem filho em idade escolar tem enfrentado alguns desafios e muitos receios. No primeiro momento surgiu o medo de as crianças perderem o ano letivo. Depois vieram as incertezas quando as escolas passaram a adotar a educação à distância (EAD).

Desde escolas públicas a privadas, as crianças e adolescentes passaram a ter aulas pela internet. E agora? A insegurança é normal quando toda novidade aparece na vida da gente. Mas a aula online trouxe ainda mais preocupação para alguns pais e um pouco de alívio para outros. 

A funcionária pública Elines Moura Souza Cruz, por exemplo, está com receio de a filha perder o ano letivo. A pequena Júlia está no primeiro ano de alfabetização e não teve tempo nem de começar a aprender a ler antes da quarentena chegar de surpresa. “E eu não tenho a didática das professoras para ensinar. Percebo que não tenho conseguido ajudar. Estou preocupada. Esse era o momento de começar a leitura. E se demorar, vai prejudicar o ano inteiro?”, se questiona, explicando que ainda bem que desde o início da suspensão das aulas presenciais, as crianças nunca deixaram de fazer atividades. 

Na escola da filha da advogada Josielle Vanderlei, as crianças demoraram um pouco mais para iniciar atividades a distância. “Como foi uma situação emergencial, a escola não estava preparada para ministrar aulas online. E só depois de consultar os pais, foi que se decidiu por implantar as aulas pela internet”, lembra.

Ela conta que percebe que as crianças têm gostado da nova sala de aula online. Mas ressalta que é difícil manter a rotina com a filha de 7 anos. “Por estar em casa, a Alice é sempre rodeada de distrações, então temos um pouco de trabalho para se concentrar. Mas estamos nos adaptando. Eu, particularmente, sinto muita dificuldade em ensinar. E confesso: às vezes falta um pouco de paciência”, afirma.

Mesmo com as aulas online, ela acredita que será necessário acontecer a reposição de algumas aulas para concluir o conteúdo do ano letivo. Mas enquanto isso, Alice tem dias animados com a aula pelo computador, noutros reclama de ter muita tarefa para fazer. “Ainda bem que ela aprende rápido o assunto”, comemora.

No caso da jornalista Débora Maia Morais, que tem dois pré-adolescentes em casa, ela acredita que a EAD foi a melhor saída para os tempos de isolamento social. Ela conta que na escola dos filhos já havia o estímulo pelas tecnologias, então a adaptação foi rápida. “Eles já acessam um aplicativo da escola que auxilia em atividades no computador. O que houve foi só um aumento de demanda porque agora as aulas estão sendo exclusivamente online”, explica.

Sobre a experiência, ela comemora que as aulas pela internet acabaram estimulando os pré-adolescentes a gostar mais do estudo. “Eles estão com mais vontade de querer aprender, fazem pesquisa, buscam informação para na hora da aula, conseguir tirar as dúvidas”, conta, afirmando que da forma como tem sido conduzido esse processo, não será necessária a reposição de aulas. “Porque o conteúdo está sendo repassado, as crianças estão absorvendo. O aprendizado e o interesse das crianças aumentaram e vamos ver como vai ser o final do bimestre após as provas. Talvez a gente consiga ter uma ideia se está sendo absorvido totalmente ou se vai precisar fazer novas adaptações”, observa.