Para não perder o ritmo e nem a forma, as pessoas estão improvisando atividades físicas em casa. Isso é importante não só para o físico, mas para a mente, conforme observa o professor de Educação Física da Estácio da Amazônia, Alessandro Pedretti. No entanto, o educador físico alerta para os cuidados com os exercícios em casa sem uma orientação profissional, pois a realização correta dos movimentos é imprescindível para evitar transtornos como lesões.
O primeiro ponto levantado pelo professor é quanto às adaptações feitas em casa por aquelas pessoas que já são habituadas a se exercitar. Segundo ele, sem uma orientação correta algumas dessas medidas podem causar acidentes. “Portanto, a cautela e a segurança nestas adaptações devem ser redobradas. Devemos evitar ‘malabarismos’ em casa”, explica.
Já para quem quer iniciar atividades físicas agora porque pretende aproveitar o tempo em casa, a orientação do professor é para que comece dedicando, pelo menos, alguns minutos por dia para os exercícios. “Com poucos minutos de prática, alternando dias de atividade e de descanso, sempre ouvindo seu corpo. O importante nestes casos é permitir se adaptar ao esforço físico e descobrir atividades que possam ser agradáveis, pois estas serão aquelas com maior chance de se tornarem presentes no dia a dia a longo prazo. Um ótimo início será sempre procurar ouvir e buscar recomendações de um profissional da área”, completa.
Se tiver dúvidas sobre o que pode ser feito no interior do seu lar, o educador físico afirma que o ideal é fazer atividades que utilizam o próprio corpo e que não precisam de muito espaço. Uma sugestão são os exercícios de flexibilidade como alongamento. Outras opções podem ser séries de polichinelo, agachamento, flexão dos braços e exercícios de abdomens. “Podemos sempre buscar vídeo aulas ou sugestões online para nos orientar. Mas antes de seguir recomendações de um rosto bonito ou corpo sarado da internet, procure saber se as orientações vêm de um profissional competente”, ressalta.
Outra dica do professor é estimular o cérebro até mesmo nos momentos em que estiver fazendo as atividades domésticas que exijam uma maior movimentação como faxina ou limpeza do quintal. A sugestão é ouvir, por exemplo, um podcast sobre algum assunto que é do seu interesse ou que esteja querendo aprender. Mas detalhe: não vale ouvir música. A ideia, segundo o professor, “é obrigar a pensar e ter atenção no que está ouvindo”. “O fluxo sanguíneo aumentado pelo movimento e a atividade cerebral de raciocínio, atenção e ativação de memória são excelentes para a saúde cognitiva”, explica.
E completa: “Parcimônia sempre. Não insista em atividades que não lhe dão prazer ou causam desconforto. Os benefícios são acumulados toda vez que a atividade física ultrapassa 10 minutos consecutivos, então se você é novo na área, vá com calma, uma fortaleza se constrói com um tijolo de cada vez”.
BENEFÍCIOS
O professor Alessandro reforça que prática da atividade física é tão recomendada porque gera diversos benefícios que vão além do corpo sarado. “É benéfica em relação ao alívio do estresse e sintomas de ansiedade, e auxilia na regulação do sono e do humor, que são todos fatores relevantes na qualidade de vida e podem sofrer alterações com a nossa mudança brusca de rotina nesta pandemia”, observa.
Ela explica ainda que, além do controle e manutenção do peso corporal, os exercícios físicos ajudam a diminuir as taxas de açúcar no sangue, regula o colesterol, imunidade e circulação sanguínea, “fatores protetores de doenças crônicas degenerativas como diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardíacas”.
Por fim, o educador ressalta: “Toda vez que nos movimentamos a ponto de transpirar e ficarmos ofegantes, estamos aumentando o fluxo de sangue para o cérebro. Isto contribui, a curto prazo, para a manutenção ou até a melhoria de funções cognitivas como a memória e, a longo prazo, auxilia na diminuição da velocidade do envelhecimento do cérebro, que é fator relevante no acometimento de doenças mentais como Alzheimer, Parkinson e demência”.