Esse período de incertezas e quedas vertiginosas em algumas atividades econômicas por causa do distanciamento social também foi determinante para alguns empreendedores se reinventarem e usarem a criatividade para manter seus negócios e até lançar novidades. Foi isso que aconteceu com a creche Casulo, uma unidade escolar diferenciada que tenta o máximo possível deixar o ambiente onde as crianças passam o dia como se estivessem em suas próprias casas.
Com o decreto de quarentena no início do período letivo, a escola se viu em meio a alguns cancelamentos de contratos, mas também obrigada a buscar formas de atender as crianças em que os pais decidiram manter o pagamento de suas mensalidades. Foram tantas ideias que apareçam entre gravar vídeos com contação de histórias e brincadeiras online, mas uma delas foi além.
“Nós fizemos os kits de atividades lúdicas para atender nossos alunos, que toda semana recebiam uma programação completa para cinco dias. Só que eles [pais] acabaram comentando com amigos e a caixa passou a atender crianças que nunca estiveram na Casulo”, conta a empresária Marcela Oliveira.
Ela explica que os produtos que compõem as caixas lúdicas são muito simples. A maioria dos itens da caixa é feito com material reciclado. “O que a gente trabalha, na verdade, é a essência. Cada produto que vai no kit é pensado com uma finalidade, tem um foco, um objetivo. Tudo é feito para envolver a criança de forma que ela descubra e desenvolva o potencial que tem dentro de si. Só precisa ser estimulado. E é isso que as atividades lúdicas fazem”, explica.
O material é feito de acordo com a idade da criança e os pais terão apenas que mediar esse processo com os filhos. “Nós pensamos na praticidade que isso levaria para cada lar, principalmente, porque todos estão em casa, trabalhando e muitas vezes sem tempo para pesquisar, criar ou montar uma atividade. Então a ideia era agilizar esse processo. O feedeback que tivemos dos clientes foi muito positivo e as crianças amaram”, comemora.
CASULO
O espaço recreativo Casulo existe há três anos e foi criado pelos pais da Marcela. E sabe aquele conselho que nossos avós davam sobre deixar as crianças livres para brincar na areia e assim criar anticorpos? A Casulo leva muito a sério isso. Na escola, as crianças brincam no quintal à vontade, descalças, rabiscam paredes, como se estivessem em casa.
Na verdade, Marcela lembra, que a unidade educacional voltada para a primeira educação infantil trabalha com o método montessoriano que se baseia na autonomia dos alunos, mas com a observação e os auxílios pontuais do professor nos momentos necessários.
“Nossa referência é esse método e vamos adaptando a outras experiências que a gente acha interessante e de acordo com o que vivenciamos com as crianças”, conta. Inicialmente, a creche tinha apenas os sobrinhos de Marcela e mais duas ou três crianças. Antes da pandemia, a capacidade do local já estava toda ocupada, atendendo 35 crianças.
A empresária explica que, apesar da vida tecnológica que todos vivem atualmente, um diferencial da Casulo é que as crianças não têm entretenimento digital. “Aqui é corpo a corpo mesmo. A interação é criança com criança, criança com o cuidador, criança com as pessoas que elas sempre encontram na hora da refeição, na entrada e na saída”, completa.
Outra alegria que a Casulo teve nesses primeiros anos de funcionamento foi o feedback dos pais de alunos autistas ou ainda em processo de investigação para fechar o diagnóstico que percebiam melhoras no desenvolvimento das crianças. “Eles [pais de alunos] nos contavam que os médicos comentavam sobre a evolução e acreditavam que essa interação que elas têm na Casulo tinha uma grande parcela de contribuição na melhora do quadro, no envolvimento para o tratamento e etc”, comemora.
O espaço funciona na rua Manoel Aires, no bairro Mecejana. Para conhecer mais sobre as atividades, pode acessar o instagram @espacorecreativocasulo. O telefone para contato é (95) 98116-1176