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Projeto do IFRR sobre açaí e buriti é selecionado para programa nacional de inovação tecnólogica

Considerando a especificidade da insegurança energética de Roraima e as temperaturas elevadas que o estado apresenta, a professora doutora do IFRR (Instituto Federal de Roraima), Danielle Cunha, elaborou o projeto “Processamento da polpa de açaí e buriti para obtenção de produtos potencialmente funcionais”, recentemente selecionado pelo Catalisa ICT do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

O objetivo da instituição de apoio ao empreendedor, que está atuando nessa iniciativa em parceria com entidades do ecossistema nacional de inovação, é acelerar e fomentar negócios inovadores de base tecnológica para estimular a geração de riqueza e promover bem-estar à sociedade. Para isso, deverá oferecer aos pesquisadores capacitação em gestão e mentorias. 

A partir desse trabalho de pesquisa do IFRR, a professora Danielle Cunha, que também é coordenadora do curso Técnico em Agropecuária em regime de alternância do CAM (Campus Amajari) do IFRR, pretende viabilizar, com o a equipe de trabalho, a produção de derivados de açaí e buriti, como doces em pasta e em barra, geleias, sucos, fermentados alcoólicos, licores, produtos de panificação, produtos lácteos estáveis, óleos, entre outros, que possam ser comercializados em temperatura ambiente, sem perdas significativas dos compostos bioativos e nutricionais.

“Acredito que projetos com esse intuito são necessários, especialmente no Estado de Roraima, que é único do País que não está ligado ao SIN [Sistema Interligado Nacional], sendo mantido por usinas termelétricas, que geram energia considerada cara e poluente, o que dificulta a manutenção da cadeia do frio, tão necessária a esses frutos devido a sua perecibilidade”, afirmou a docente, destacando ainda a vontade de contribuir para a preservação das espécies e o desenvolvimento de novos produtos estáveis e seguros, além de possibilitar nova fonte de renda a produtores dependentes dessas palmeiras.

Outro resultado esperado com os experimentos da pesquisa é o desenvolvimento de um tipo de embalagem inteligente por meio de indicador natural de pH (potencial hidrogênico), tipo sensor, elaborada com os frutos do açaizeiro, para verificar o frescor do pescado.

“Muitos fatores podem influenciar o tempo de vida útil do pescado, tais como o pH, que pode variar devido ao crescimento de microrganismos e/ou alterações físico-químicas, o que pode comprometer o sabor, a textura e a segurança do alimento. Neste contexto, o objetivo do trabalho é desenvolver filme biodegradável para o monitoramento de pH, tipo sensor, que seja capaz de informar de forma simples se o pescado está ‘próprio’ ou ‘impróprio’ para consumo”, explicou.

COMO VAI FUNCIONAR – O projeto será desenvolvido no CAM (Campus Amajari) do IFRR e contará com a participação de professores pesquisadores de várias áreas do conhecimento. Segundo Danielle, a escolha do Campus Amajari, uma das cinco unidades do IFRR, é estratégica, visto que mais de 50% dos seus estudantes são autodeclarados indígenas e residem em suas comunidades, tendo contato direto com a produção de açaí e buriti.

“Participarão do projeto estudantes dos cursos técnicos e tecnológicos, com a possibilidade de colaboração de estudantes de cursos de pós-graduação do instituto. E pretendemos firmar também parceria com outros campi da instituição, além de indústrias de alimentos e empresas de pesquisa agropecuária do estado, para a realização das análises físico-químicas, microbiológicas, colorimétricas, sensoriais e bioativas dos produtos desenvolvidos”, informou.

Ela explicou ainda que as tecnologias de fabricação e os processos desenvolvidos serão registrados em forma de patente, transferidos a empresas e repassados à comunidade. Para isso, o programa atuará em varias frentes: criação de empresas de base tecnológica por mestres/mestrandos e doutores/doutorandos; transferência de tecnologia de pesquisadores/universidades para empresas; inserção de mestres/mestrandos e doutores/doutorandos, capital humano qualificado, em pequenos negócios.

OUTRO PROJETO – Outro projeto que faz parte do Instituto Federal de Roraima e que foi selecionado pelo edital do Catalisa ICT do Sebrae é o da professora do CNP (Campus Novo Paraíso), Jordana Riss. 

A pesquisadora é doutoranda no Programa de Recursos Naturais da UFRR (Universidade Federal de Roraima) e está desenvolvendo o projeto “Tratamento de água para consumo humano com coagulante natural à base de cactos da Região Amazônica”, com o apoio do IFRR, onde algumas análises para a pesquisa têm sido realizadas. “O Brasil sofre com o problema da falta de saneamento básico, e esse fato se intensifica na Região Amazônica, onde há populações que vivem em áreas de difícil acesso. A aplicação de coagulantes naturais surge como uma alternativa promissora de tecnologia social, pois dispensa o uso de coagulantes químicos, apresenta metodologia simples, de baixo custo, de fácil reprodução e acessível a qualquer comunidade, promovendo a saúde e melhorias ambientais”, explicou.

Fonte: Ascom IFRR