Golpistas aprimoram os ataques na Internet; Especialista dá dicas para se proteger nas redes sociais

No mundo tecnológico atual, dificilmente alguém consegue ficar de fora das redes sociais, seja por causa de um trabalho ou para interação entre amigos. E se as relações se ampliam na internet, os criminosos também se atualizam e estão a cada dia criando uma nova estratégia de golpe para roubar as pessoas.

De acordo com o professor de Sistemas de Informação da Estácio da Amazônia, Roniere Freitas, acontece o pior: os crimes estão sendo aprimorados muito rapidamente e até o golpe se tornar conhecido por uma grande parcela da população, dezenas de pessoas já foram roubadas e dificilmente são ressarcidas.

O ideal, segundo o especialista em Desenvolvimento de Sistemas para Web, é sempre ficar atento a qualquer situação diferente da rotina que a pessoa tem nas redes sociais. O professor destaca, por exemplo, que é importante sempre desconfiar de tudo e se manter alerta para não cair em um golpe ou deixar seus dados vulneráveis.

Ele observa que ultimamente o golpe mais comum, utiliza o whatsapp, mas já existem crimes cometidos pelo Instagram, que começam de maneira inocente e acabam com ameaças. “O golpe dos “nudes’ está sendo bem comum agora. A pessoa troca mensagem com alguém que mandou uma foto de meninas jovens, nuas, e passa a conversar até ganhar confiança. Vai se envolvendo, vai achando que é bacana e entra uma terceira pessoa e fala: ‘olha peguei o celular da minha filha, da sobrinha, ou da minha vizinha’, fala que ela é menor de idade e que está indo na polícia denunciar por pedofilia e começa a extorquir dinheiro da pessoa”, explica.

Para tentar se manter seguro nas redes sociais, o professor deu algumas dicas de segurança:

1.

A primeira orientação de Freitas é para que os usuários do aplicativo ativem a configuração em duas etapas. “Porque dificulta para a pessoa clonar”, diz. Mesmo assim, o professor explica que é necessário manter essa senha de forma sigilosa porque se alguém tiver acesso, pode utilizá-la para prejudicar o usuário.

2.

E se o telefone de algum amigo foi clonado e recebeu mensagem pedindo dinheiro, o procedimento correto, na avaliação do professor, é ligar diretamente para a pessoa que mandou mensagem dizendo precisar de ajuda. “Se isso aconteceu, nunca mande dinheiro! Essa mensagem veio de um contato seu, então ligue para o seu amigo e pergunte. Fale com a pessoa, confira se está precisando mesmo. Porque ao ligar, o golpista obviamente não vai atendê-la e o seu amigo vai descobrir que teve o telefone clonado”, observa.

3.

Outra questão importante é avisar nos grupos que o amigo teve o telefone clonado e solicitar a remoção dele do grupo. “Avise em todos os grupos justamente para diminuir mais ainda o alcance da pessoa que clonou, para que os amigos não sejam pegos despreparados”, completa.

4.

“Nunca digite sua senha, que não seja nos aplicativos. Se recebeu uma mensagem de texto, recebeu um link, não clique. Leia com atenção, tem que saber e sempre procurar: é de uma central de atendimento? Então peça à central de atendimento um número onde você possa ser ativo, que você possa ligar”, explica.

5.

Com relação ao golpe de ‘nudes’, o professor orienta evitar conversas comprometedoras nesses ambientes virtuais, que acabam deixando as pessoas vulneráveis demais. “Não envie nada comprometedor como fotos suas, dados pessoais, números de documentos ou foto do cartão de crédito. Não faça envio de nada seu, pessoal ou algo comprometedor por meio de mensagens via WhatsApp ou Instagram. Procure evitar ao máximo fazer esse tipo de coisa para que as pessoas também não possam ter acesso depois, caso seu telefone seja clonado. Se precisa fazer uma compra, você envia a foto do cartão, fala os códigos e tudo mais. Se alguém clonar o seu celular e for nas conversas terá acesso a esses dados. Obviamente a pessoa vai fazer compras aí também”, conclui.

Professora alerta sobre crime do uso de imagens de crianças e adolescentes

A professora de Direito da Estácio da Amazônia, Cristina Cardoso, observa que é crime o uso de fotos e vídeos de menores de idade, previsto tanto no Código Civil como no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) como forma de garantir a proteção de imagens de crianças e adolescentes.

“Todas as situações estão previstas basicamente no artigo 241 do ECA e seus complementos”, completa, destacando que o art. 241-A trata especificamente sobre o assunto em questão, quanto a “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena envolvendo criança ou adolescente”.

A respeito da nova modalidade de golpe envolvendo troca de “nudes”, a professora esclarece que não existe previsão legal para o crime de pedofilia, uma vez que trata-se de um quadro de psicopatologia em que essa pessoa pode passar a vida inteira sem nunca cometer nenhum crime, se controlar seus impulsos sexuais.

“O sujeito pode ser pedófilo, mas jamais cometer um fato. Porém, pode cometer vários como estupro de crianças, compartilhar imagens de pré-adolescentes praticando sexo, etc. Portanto o golpe pode, sim, pegar muitas pessoas porque o criminoso ‘joga a isca’, e o pedófilo, ciente de suas parafilia [disturbio psíquico], se sente acuado e vai ser extorquido, sim”, observa.