Conheça os vencedores da 1ª Mostra Picuá de Cinema e Literatura

A serra do Tepequém foi palco, neste final de semana, da 1ª Mostra Picuá de Cinema e Literatura. O evento aconteceu nos dias 19 e 20 de novembro e reuniu público apreciador das artes literárias e do cinema, num clima de celebração e esperança. Foram entregues 15 prêmios em dinheiro, além do Troféu Picuá, uma peça exclusiva, confeccionada pelo artista plástico roraimense Edinel Pereira. 

Os filmes vencedores segundo a escolha do júri foram: Melhor Filme – Adeus querido mandi, de Bruno Vilela; Melhor Direção para Carol Sakura e Walkir Fernandes, com Apneia; Melhor Roteiro para Patrícia Torres, com Histórias de Marias; Melhor fotografia para Luana Laux com o filme Três Graças; Melhor Montagem para Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes; Melhor Trilha Sonora para Ser Feliz no Vão, de Lucas Rossi dos Santos. E segundo o júri popular, o Melhor Filme foi a produção roraimense Mike, de Claudio Lavor, um documentário sobre a vida do cantor de reggae Mike Gui-brás, guianense, figura bastante conhecida no meio artístico local. Cada vencedor recebeu o prêmio em dinheiro no valor de R$1.500,00. O júri da Mostra de Cinema foi composto por Eder Rodrigues, Mayara Sanchez e Yare Perdomo. 

Na Mostra Literária, modalidade escrita, o primeiro lugar na categoria Poesia ficou com o escritor Neto Freitas, e seu poema “O avião adentra”, uma forte crítica social ao garimpo ilegal e a destruição da natureza. Ele recebeu o prêmio de R$ 2.500, 00. Em segundo lugar ficou o jovem escritor Victor Hugo Vieira, com o poema “Makuxi”, uma mensagem de agradecimento as riquezas naturais dos lavrados de Roraima. Ele recebeu o prêmio de R$ 1.000,00. Em terceiro lugar ficou a poeta Inara Nascimento, com “Do desejo”, poesia que fala sobre a força motivadora do desejo em campos diversos da vida. Inara ficou com o prêmio de R$500,00. 

 Na categoria Prosa os vencedores foram: 1º lugar para Gabriel Alencar, com o conto “Pé d’água”, uma história cheia de bom humor e sarcasmo sobre um velho xamã que finalmente descobriu o poder de fazer chover nos lavrados de Roraima e em todo o mundo.  Em segundo lugar ficou o escritor Edgar Borges, com o conto “Livro de amor”, uma história de paixão com final surpreendente. Em terceiro lugar, “A sociedade das rosas”, conto de Rafah Black que busca metaforizar o processo de autoaceitação da mulher negra em uma sociedade marcada pelo racismo estrutural. O júri de literatura foi composto por Eliakin Rufino, Aldenor Pimentel e Sony Fersec. 

 Já na modalidade Interpretação, a Mostra Picuá entregou dois prêmios aos vencedores de cada categoria. Muitos autores se dispuseram a subir no palco e declamar seus textos, outros convidaram atores para cumprir essa missão. As interpretações viraram esquetes teatrais e  performances poéticas que emocionaram a plateia. Na categoria Prosa o texto vencedor foi “Livro de amor”, de Edgar Borges, interpretado por Felipe Medeiros, Kamylly Emanuelle e Luiza Danielle, da Criart Teatral e em Poesia, “Medo, monstros e lama”, também de Edgar Borges, interpretado por Everton Alves e Julia Barroso, também do grupo Criart.  

Para o coordenador da Mostra, Hélio Zanona, o evento foi um sucesso, mesmo diante da forte chuva que caiu no sábado, atrasando o início da Mostra, já que a organização precisou mudar parcialmente o evento para o pátio da Escola Estadual Olavo Bilac, onde as interpretações dos textos finalistas e a premiação foram realizadas. “Eu senti, tanto dos artistas, da nossa equipe de organização e também do público que foi prestigiar o evento um sentimento de satisfação enorme, então estamos com a sensação de dever cumprido, até os contratempos que a gente teve devido a chuva evidenciaram essa satisfação, a galera comprou mesmo ideia da Mostra e agora é pensar nas próximas edições”, disse Hélio. 

“Tivemos um retorno muito positivo da comunidade e das lideranças locais. Além disso, sentir a conexão das pessoas com as obras literárias, com os filmes apresentados, com as oficinas e com as homenagens me deixou muito feliz porque representa a celebração da nossa arte e da nossa cultura transfronteiriça num lugar especial que é a Serra do Tepequém. Vida longa para a Mostra Picuá”, disse Thiago Briglia, idealizador do evento.  

Durante os dois dias de evento aconteceram ao longo do dia as oficinas gratuitas de escrita criativa, de audiovisual e elaboração de revistas em quadrinho, tudo com a participação de moradores da própria Serra. A ideia dos organizadores é fazer da Mostra Picuá um evento tradicional em Roraima, sendo realizado a cada dois anos. O evento foi um dos projetos contemplados pela Lei Aldir Blanc, executado em Roraima pela Secretaria de Estado da Cultura – Secult.