Assim como em vários segmentos da sociedade, a comunicação tem mudado o direcionamento da chamada “imprensa tradicional” e começou a falar de assuntos antes considerados tabus como o suicídio, gravidez na adolescência e HIV, entre outros, que eram pouco ou quase nunca mencionados pelos veículos de comunicação.
Mas como abordar? Como falar? Transmitir essa informação? Essas e outras dúvidas serão abordadas na palestra “Mídia e Valorização da Vida”, promovida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Roraima (Sinjoper) que acontece nessa sexta-feira (23), às 20h, no auditório da Escola do Legislativo (Escolegis), na avenida Nossa Senhora da Consolata, no Centro, e é direcionada a profissionais de comunicação de todas as áreas. O evento, com entrada franca, faz parte das comemorações de 25 anos do Sindicato.
O psicólogo Wagner Costa vai falar sobre o papel imprensa em assuntos considerados delicados, como gravidez na adolescência, alcoolismo, acidentes de trânsito, drogas e o principal, suicídio. “Estamos no Setembro Amarelo e como Roraima é o segundo lugar no índice de suicídio proporcional à população, decidimos pegar esse tema e discutir”, adianta.
Ele acredita que a união entre profissionais da Saúde e a imprensa renderia frutos com trabalhos de valorização da vida. Em relação aos temas escolhidos, o psicólogo realizou levantamentos e descobriu que, nos últimos anos, Roraima não conseguiu reduzir os índices de gravidez precoce. “A ideia é sensibilizar o grupo para que perceba a importância em falar sobre valorização da vida, sobre bons comportamentos e mostrar o poder que a mídia tem”, frisa.
Para ele, a mesma influência gerada pela propaganda para compra de um produto, a imprensa tem a fórmula para mudar comportamento e estimular a vivência de uma forma mais positiva. O mês de setembro tem sido dedicado por vários órgãos e instituições a falar sobre suicídio. Wagner Costa enfatiza: “tem que se falar, o que não pode é abordar sobre métodos de suicídio, escandalizar”. Ele mostra que há regulamentações, emitidas por órgãos de Saúde Pública, que norteiam o debate.
Segundo o presidente do Sinjoper, Gilvan Costa, será um momento para reflexão do papel do jornalista e comunicadores diante de temas polêmicos. “É importante fazermos certa reflexão sobre os fatos levarmos a informação com mais precisão, com mais zelo e mais cuidado. A população é carente da informação e nós, que somos responsáveis por transmitir a informação, temos que prestar da melhor forma possível”, diz.
A participação de um psicólogo vai mostrar, de outro ângulo, as maneiras com temas precisos necessitam de cautela para serem divulgados e aproveita para convidar os profissionais da imprensa para participarem e colaborarem com o evento.
Por Yasmin Guedes
Foto: Hisraufre Emiliano
