Combate à pobreza menstrual é foco de trote de calouros da Estácio

A volta às aulas no Centro Universitário Estácio da Amazônia sempre é marcada por uma recepção animada aos novos alunos, os chamados calouros. Também é o momento em que os professores aproveitam para inserir a comunidade acadêmica em ações de solidariedade que fazem parte do cotidiano da instituição. Desta vez, o Trote Solidário pretende incentivar as doações de absorventes e recursos financeiros para garantir que meninas e mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade financeira tenham acesso a produtos básicos de higiene menstrual.

A campanha está sendo realizada em parceria com o Instituto ELA (Instituto de Educadoras do Brasil) que reforça os dados divulgados pela Unicef e UNFPA em 2021, apontando que mais de 710 mil meninas vivem sem banheiro ou chuveiro em suas casas e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas, que inclui absorventes, sabonetes e banheiros.

De acordo com a pró-reitora de Extensão da Estácio, Fabiana Rikils, a campanha começa em agosto e seguirá até o mês de outubro. Todas as doações serão encaminhadas ao Instituto ELA que faz a distribuição dos produtos de três formas: entrega nas escolas da rede ensino pública, nos postos de saúde e diretamente às famílias que vivem em situação de pobreza.

Ela explica que a iniciativa tem como finalidade maior não só ajudar meninas e mulheres que enfrentam essas dificuldades, mas principalmente estimular a solidariedade e a empatia nos alunos e reforçar o papel importante de cada um como agente de mudança em suas comunidades. “A iniciativa também serve como oportunidade para conscientizar os estudantes e a sociedade em geral sobre a importância de se discutir abertamente a pobreza menstrual, e assim promover ainda mais ações que efetivamente transformem essa realidade”, observa a professora.

ADOTE UM CICLO

A pobreza menstrual é uma questão preocupante e real que afeta milhões de meninas e mulheres em todo o mundo, incluindo aquelas que vivem em comunidades carentes na região amazônica. A falta de acesso a produtos adequados para esse período pode levar a consequências que vão desde a interrupção dos estudos, o afastamento do trabalho e até a distúrbios da saúde física e mental.

A deficiência de absorventes e a incapacidade de comprá-los mensalmente tiram a autonomia e o bem-estar dessas mulheres, perpetuando o ciclo de pobreza e limitando as oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Além disso, a falta de informação sobre higiene menstrual adequada pode aumentar o risco de tolerância e outras complicações de saúde.

É nesse contexto que o Instituto ELA mantém seu projeto ‘Adote um Ciclo’ em parceria com instituições de ensino por todo o país. O Instituto é uma organização reconhecida por suas ações e projetos voltados para a promoção dos direitos femininos e a erradicação da pobreza menstrual.