Em 2013, Roraima ficou em primeiro lugar no índice de violência contra a mulher, segundo dados divulgados no Mapa da Violência em 2015. Preocupadas com os números crescentes, que também estão no Mapa de Homicídios do Brasil, o Núcleo de Mulheres de Roraima (Numur) promoverá durante o mês de novembro, atividades com foco no fim da violência contra mulheres.
A campanha iniciará na próxima semana com disseminação de conteúdo por meios de redes sociais, como o Facebook e WhatsApp, e pela Rádio FM Monte Roraima 107,9. A culminância acontecerá no dia 27 de novembro, com a realização da caminhada e corrida cujo tema é “Venha correndo dizer não!”.
Uma das coordenadoras do Numur, Andréia Vasconcelos, explicou que as inscrições estão encerradas, porém, duas semanas antes da corrida, as vagas serão repostas caso haja desistência ou abandono da inscrição. A intenção é celebrar o dia 25 de novembro, Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. “Porque só mudaremos esse quadro, primeiro, se toda a sociedade começar a se interessar pelo assunto e a ver isso como um problema social”, destacou.
Mas, para quem se interessar da caminhada ou da corrida, a participação será livre, a diferença é que o corredor não inscrito, ou seja, não terá direito a medalha. A concentração será às 17h, na Praça das Águas, com largada as 17h30, e organização do Clube de Corridas Vagalume.
Haverá distribuição de panfletos para quem acompanhar o evento. Conforme Andréia, cartazes serão fixados com mensagens sobre o fim da violência na extensão da avenida Ville Roy. Com a corrida, o Numur quer dar visibilidade ao tema e mostrar a triste realidade que assola milhares de lares em todo o estado, da importância de denunciar o crime e enfatizar o respaldo das vítimas com a Lei Maria da Penha (11.340/2006), que este ano completou 10 anos de sanção.
Para ela, a adesão maciça da sociedade com o evento mostrou a importância de se falar sobre o tema na sociedade. “A corrida já é um sucesso com uma grande adesão pela sociedade e mostra que é a pauta que interessa a todos”, disse ao frisar que uma mulher agredida atinge desde a família até o Estado. “Temos que desconstruir essa ideia de que roupa suja se lava em casa porque quando uma mulher é violentada todo mundo sofre, a família e até mesmo o Estado, com gastos de recursos públicos”, concluiu.
Por Yasmin Guedes