“Razões para NÃO conhecer Boa Vista”. Esse foi o título utilizado pela turismóloga Jordana Cavalcante, em seu blog pessoal, o Jô Viajou (http://jordanascavalcante.wixsite.com/joviajou/single-post/2017/02/28/Raz%C3%B5es-para-N%C3%83O-conhecer-Boa-VistaRR), para destacar alguns dos atributos de Roraima. Com uma pitada de humor ácido, ela que é pós-graduanda e mestre em Turismo, resolveu falar sobre o estado de um jeito diferente e divertido.
Ela, que também é publicitária, usou a estratégia para apresentar ao mundo as belezas, curiosidades e história da capital mais ao extremo Norte do País. “Viajo por aí e vejo que as pessoas não conhecem Boa Vista, não conhecem Roraima por ser tão longe”, disse. A priori, Jordana colocaria um título clichê, mas apostou no NÃO para chamar ainda mais atenção.
Jordana diz que muitas pessoas a procuraram por não entenderem o objetivo da postagem. “É um novo formato usado por diversos blogueiros para falar sobre um local. Uma forma de fazer com que as pessoas reflitam sobre o que estão vendo. Até mesmo para sair da mesmice de rotas e incluir Boa Vista no próximo roteiro”, brincou.
O texto, escrito em linguagem mais casual, com frases curtas e muitas imagens, fala sobre o potencial histórico da região, como a Ponte dos Macuxi, o Centro Histórico, a Linha do Equador e a maior paçoca do mundo, marca atingida durante o Boa Vista Junina em 2016.
A página tem mais dicas sobre as viagens de Jordana a vários lugares dentro e fora do Brasil, o que acendeu a necessidade de ressaltar Roraima, pois, segundo contou, mesmo residentes na cidade não conhecem bem Boa Vista. Por isso, ela fará publicações mensais, abordando sobre serviços disponíveis, entre outros.
Para ela, o Estado tem um grande potencial turístico a ser explorado, porém o problema é a inexistência de uma estrutura básica para trabalhar e a falta de união dos três setores principais: Público (Governo e Prefeituras), Privado (empresas locais) e comunidade (os cidadãos que moram em Roraima). “A maioria das pessoas não dão a importância para a nossa cultura, não se identifica como tal. Quem vem morar aqui, simplesmente mora, junta um dinheirinho, viaja final do ano para outras cidades, geralmente para o Nordeste, volta e pronto”, comentou. Primeiro seria preciso que a comunidade conhecesse o que há nas localidades e as necessidades. Em seguida, cobrar do Executivo uma infraestrutura adequada para execução das atividades de turismo e, por último, mostrar ao terceiro setor que vai abrir mais agências receptivas, expandir a rede de hospedagem, de alimentação. “Roraima não é só funcionalismo público, a questão do contracheque. (…) Roraima tem o potencial, mas é preciso trabalhar o tripé (comunidade-governo-empresários)”, concluiu.
Por Yasmin Guedes
Equipe EducaRR
Foto: Divulgação