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Festas juninas de rua movimentam Boa Vista

Não é de hoje que os festejos juninos ganham espaços cada vez maiores nas ruas de Boa Vista. Virou tradição acender fogueiras nas ruas, preparar comidas a base de milho e decorar os ambientes com bandeirinhas de balões coloridos.

Uma festa que teve origem em outro continente, para comemorar a colheita e a fertilidade da terra, chegou ao Brasil na época da colonização e se enraizou na cultura local. E é em junho que a igreja católica celebra ainda o dia de Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29), símbolo dessas festas.

Segundo o historiador roraimense Júlio Martins, os arraiais de rua, antigamente, não tinha muito a ver com as festas realizadas hoje em dia. “No fim do século XIX, costume implantado pelos nossos ancestrais, realizavam-se entre dezembro e janeiro as festas de Nossa Senhora do Carmo, na Matriz, e de São Sebastião, na capela do Santo”, diz. Ele explica que essas celebrações “enchiam de vida” a pequena freguesia de Nossa Senhora do Carmo, como se chamava a cidade antes de Boa Vista.

“A festa galvanizada toda a sociedade, vindo gente das fazendas mais remotas do interior, em extensas e comoventes romarias, ao som bucólico dos carros de bois, que espalhavam a música dos chiados pelos vastos lavrados verdejantes”, revela. Sobre as festas atuais, o historiador explica que elas emergiram de uma matriz cultural, principalmente do Nordeste, mas que devido ao passar dos tempos, perderam o caráter espontâneo de antigamente. “Perderam o encanto”, enfatizou.

Algumas instituições tentam manter a essência dos arraiais de rua na cidade, como as igrejas católicas, que envolvem comunidades em eventos no entorno.

Em Boa Vista, a Associação Cultural Maranhense no Estado de Roraima tenta firmar a identidade dos maranhenses em Roraima. Por isso, realizará no período de 23 a 25 de junho, a sétima edição do ‘Arraial dos Maranhenses – O Maranhão é aqui’.

Pedro Costa, coordenador da equipe do Arraial dos Maranhenses, explica que o festejo acontecerá na comunidade católica São Raimundo Nonato, no bairro Santa Luzia, zona Oeste de Boa Vista. Tudo começou em 2010, quando a Associação realizou a primeira edição do evento para angariar recursos para construção da igreja. “O tema da migração foi exposto, logo o maranhense foi contemplado por tratar do mais expressivo e por sofrer situações de preconceito, o fato de a equipe ser em grande maioria maranhense contribui para a preferência”, afirma.

E a cada edição, cresce o número de participantes que chega a ser de mais de duas mil pessoas por noite. No local são vendidas comidas típicas, com a valorização da culinária maranhense, entre elas o arroz-de-cuxá e a comida temperada com azeite de coco babaçu, tudo isso acompanhado pelo refrigerante Jesus. As músicas e danças são inspiradas na tradição daquele Estado, como o bumba-meu-boi, ritual da fogueira e o reggae. Terá ainda o cangaço e apresentações de quadrilhas, convidadas para abrilhantar ainda mais a festa.

A prefeitura de Boa Vista realiza há 16 anos o tradicional Boa Vista Junina, no Centro da Capital, com apresentação de shows com artistas locais e nacionais, de quadrilhas juninas, espaço para população apreciar as comidas típicas e ornamentação.

Na Universidade Federal de Roraima, as turmas do Centro de Comunicação, Letras e Artes, realizarão nos dias 6 e 7 de julho, no campus Paricarana, a segunda edição do ArraiArte, com barracas de comidas típicas e não típicas da região, elaboradas pelos acadêmicos. Para incrementar ainda mais a festança, serão promovidas brincadeiras como pescaria, o correio elegante e a prisão do amor. “O diferencial do evento é a programação cultural, já que este visa à participação do acadêmico na organização”, contribuiu o membro da comissão organizadora, Luan Selfish.

Haverá ainda exposição de artes. A comunidade artesã que tiver o interesse em mostrar os trabalhos pode procurar a comissão. “O evento é aberto para toda a comunidade, e

esta é a fundamental nesta edição, já que temos a proposta é agregar cada vez mais a pessoas em torno da cultura e arte”, reforçou. No último dia, todos os participantes serão envolvidos numa quadrilha, com direito a encenação de casamento e tudo mais.

Por Yasmin Guedes

Equipe EducaRR

Fotos: Márcio Lavôr