A crise econômica acabou ajudando o servidor público Elson Tertullino a se tornar um empreendedor no ramo da gastronomia. Já pensou em planejar um jantar ou almoço de aniversário e não ter nenhum trabalho? Ser o convidado da sua própria festa e com um investimento acessível? Essa é a proposta do negócio do Elson, que tem colecionado bons clientes por conta da qualidade dos serviços que presta.Churrasco, feijoada e noite de massas, o empreendedor quer mesmo é agradar o cliente.
Ele é servidor efetivo do Governo de Roraima, mas viu seu orçamento mensal diminuir e as contas aumentarem em fevereiro do ano passado. Nos seis meses seguintes a situação só piorou. “Eram faturas de cartões de crédito e as contas bolando porque com o salário que ganho não conseguia quitar minhas dívidas”, revela. Ele percebeu que não poderia ficar de “braços cruzados” e precisava reagir.“Como trabalho em regime de plantão, nos dias em que estou de folga aproveito para fazer alguma coisa rentável”, conta.
Segundo Elson, não é de hoje que ele coloca a mão na massa, literalmente. Há 15 anos fazia dos encontros com os amigos um momento para experimentar as receitas que aprendia com familiares. “Chegou ao ponto de eu fazer a festa e não cobrar nada”, disse.
Desde setembro do ano passado, com o aumento das demandas, principalmente em decorrência das festas de final de ano e confraternizações, o cozinheiro passou a cobrar pelos eventos epassou a terceirizar mão de obra de serviços como limpeza e garçons, além de aluguel de mesas, cadeiras, louças e talheres, quando necessário. “Comecei a sair do vermelho e ainda gerei emprego e renda”, comemora.
Ele chega a realizar 10 eventos por mês e,conforme o tamanho da festa, contrata até sete pessoas para ajudar. Quando não o contratam, indica amigos do mesmo ramo. “Um ajuda o outro”, aponta.Elson está em processo de formalizando do seu negócio e admite que a melhor propaganda é mesmo a chamada “boca em boca”, além das redes sociais. “São as ferramentas de divulgação do trabalho. Agradeço pelas oportunidades e apoio dos amigos neste momento de crise. Sem as indicações, talvez estivesse em dificuldades”, comenta.
O empreendedor inclusive aconselha pessoas com apenas uma fonte de renda, mas com um talento “na manga”, a apostar nos trabalhos extras. “Muitas pessoas trabalham seis horas corridas e tem um salário que não dá para suprir suas necessidades. Então procura algo que saiba fazer,seja mecânica, costura, o negócio é não ficar parado”, diz.
O pão de alho que Elson costumava fazer apenas para os amigos durante os churrascos de domingo, por exemplo, é hoje carro chefe do seu negócio. “A pessoa me liga e eu procuro encaixar os meus serviços ao orçamento do cliente”, destaca.