Desde a criação da Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, o Brasil tem oficialmente a sua linguagem de sinal. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem origem na Língua de Sinais Francesa e é reconhecida como uma língua com estrutura própria, que garante a legalidade da comunicação e dá expressão e outros recursos a ela associados. Em comemoração aos 16 anos de criação, a Escola Municipal Martinha Thury Vieira preparou programação especial para abordar o assunto com os alunos do 1º ao 5º ano.
De acordo com Nilza Barros, professora bilíngue, o trabalho realizado conta com muitas parcerias que incluem os demais professores e alunos. Há quatro anos, Nilza acompanha Ingrid Ellen Vieira Barros, aluna com deficiência auditiva matriculada no 3º ano. “É importante destacar que a Ingrid não é surda, mas que possui deficiência auditiva. Todo o trabalho é feito em equipe e todo o material utilizado em sala de aula e na sala de recursos conta com supervisão e suporte”, destacou.
Na segunda-feira, 23, foi comemorado o Dia Nacional da Educação do Surdo e a escola também promoveu atividade especial com a turma de Ingrid. Os alunos cantaram o hino de Boa Vista em Libras. “Nossa preocupação é mostrar às crianças todo o avanço que tivemos ao longo destes 16 anos na educação do surdo e dos deficientes auditivos. Há 16 anos seria impossível encontrar material voltado a eles e hoje temos fácil acesso”, destacou.
Ainda segundo Nilza, a lei deve ser comemorada, pois garante que a Ingrid e qualquer outro aluno com deficiência auditiva tenha o direito de estar na sala de aula e aprender o que todos aprendem, de uma forma diferenciada. “A diferença é que ela necessita de um recurso a mais. O que os demais aprendem somente em língua portuguesa, ela precisa aprender também em libras. Todo este trabalho é feito em parceria com a professora, para que as aulas sejam planejadas em conjunto e possa beneficiar a todos”, ressaltou.
Segundo Suelen Araújo, professora de Ingrid há dois anos, a turma é bem receptiva, o que torna o trabalho mais fácil. “Vejo uma oportunidade de os alunos aprenderem e eu também. Até então nunca havia tido nenhum contato com este tipo de necessidade especial e tem sido um desafio gratificante. Hoje me sinto mais segura em ministrar minhas aulas e vejo que não foi apenas um crescimento profissional, mas também pessoal”, destacou.
Sophia Romada Rouza, 8 anos, é amiga de Ingrid e ressaltou que no começo a comunicação foi difícil, mas que, graças a sua curiosidade de como seria um diálogo entre elas, acabou aprendendo. “Hoje a comunicação é muito fácil e não temos problema nenhum em conversar através dos sinais”, disse a pequena.
Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação (SEMUC)