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O Dia das mães, e a maternidade além da gestação

Comemorado nacionalmente no segundo domingo do mês de maio, o dia das mães é uma data marcada por celebrar e agradecer todo o carinho e dedicação dessas mulheres que reservam diariamente seu tempo aos filhos. As relações de afeto desenvolvidas entre as famílias podem ser muitas distintas, contudo, a atividade mais importante, difícil e comum a todas as mães é a criação. Afinal, não dizem que “mãe é quem cria”?

Rosana Luz, 46 anos, psicóloga, é mãe de quatro filhos: Caio, 22 anos; Luísa, 19; Alex 14 e Davi, 4. Dois filhos são biológicos e os outros dois foram adotados ao mesmo tempo. Ela conta que a escolha de adotar, assim como a da gravidez, foi muita mais instintiva que racional, a diferença é que esta foi uma decisão tomada com toda a família.

“Enquanto casal, desde o início, dizíamos que iríamos adotar um filho, mesmo com os biológicos. A diferença foi que a adoção foi uma decisão com os filhos, pois iria afetar a vida deles também”, relatou Rosana.

Ela diz que já tinha certeza da adoção das crianças, mas precisava saber se esse era o momento certo para a família. Por isso, foi necessária a conversa com os filhos biológicos, para saber se conseguiriam adequar todo o cotidiano à recepção de mais duas crianças. “A conversa com os filhos foi no sentido de analisar juntos a possibilidade de adotar, e se eles topavam entrar nessa com a gente. E mesmo entendendo que talvez esse não fosse o momento mais adequado financeiramente era para os meninos que seriam adotados. Então decidimos”, contou.

A psicóloga afirma que a adoção não é um processo tranquilo. De acordo com ela, as dúvidas e angústias de toda maternidade também estão presentes no acolhimento das crianças. Todavia, as maiores dificuldades encontram-se na adaptação dos adotados ao novo cotidiano. “Posso afirmar que tornar-se mãe é um processo único. Cada maternidade é diferente. Mas o fato de ser adotivo ou biológico não fez muita diferença para mim. Que também sou filha adotiva”, assegurou a psicóloga.

A adoção é um momento que é habitualmente recheado de fantasias, medos e mitos. Conforme Rosana, esse é um momento que não deve ser romantizado. Cada criança possui um passado e características próprias que não podem menosprezados. “O filho adotivo tem uma história anterior de rompimento de vínculos e, às vezes, de violência que aumenta essa complexidade. É preciso muita disponibilidade de amor, tolerância, compreensão e paciência para ajudá-los a superar esse trauma”, explicou.

Rosana explica que na adoção, a mãe tem que estar disposta a aceitar o filho adotado. Segundo ela, esse é um processo difícil e que leva tempo, mas o trabalho é recompensador. “Adotar é uma experiência fantástica, você se torna uma mãe real, se assim se dispuser a ser. E como mãe real, precisa se dispor a aceitar o filho real, e estar disposta a ajudá-lo a superar as dificuldades que podem aparecer, em decorrência de vínculos anteriores rompidos. E as demais que aparecem em todo ser humano no processo de amadurecimento”, finalizou Rosana.