Wilson Oliveira, 43, tinha tanta certeza de que um dia seria um empresário, tanto que construiu a sua casa com um espaço de 4x8m na frente – para já ter um lugar quando decidisse qual seria o seu negócio. Mas em apenas dois anos de sua loja “Açaí Gostoso” ele precisou de muito mais do que isso: pelo menos 700 pessoas passam por lá diariamente, e agora ele precisou ampliar o empreendimento.
Ainda como vendedor em uma distribuidora da capital, Wilson se espelhou na figura do consultor em vendas e participou de treinamentos corporativos, aprendendo a importância de se estar capacitado. Há dois anos, quando viajou para Rorainópolis, região Sul de Roraima, e conheceu um vendedor de açaí na tigela, ao estilo original paraense, ele se interessou pelo ramo e decidiu que seria nele que investiria.
Tudo milimetricamente pensado, ele desenvolveu um projeto de loja juntamente com um arquiteto, pesquisou o que era comentado sobre o segmento, pediu demissão da distribuidora e foi atrás do produto direto da fonte, no Pará. Conheceu a fábrica “Açaí Paraense”, distribuidora de polpas em Benevides-PA e é de lá que traz a matéria-prima para o seu “frozen” artesanal.
Pelo menos seis meses depois de ter conhecido o vendedor de Rorainópolis, foi a vez de Wilson abrir o seu próprio negócio – no espaço reservado em sua casa, no bairro do Pintolândia, zona Oeste de Boa Vista, com a ajuda apenas da família. “Costumo sempre dizer que ‘não se precisa ter muito, basta querer muito’”, comentou.
O “Açaí Gostoso” se tornou um sucesso. Localizado em um bairro periférico, distante da grande maioria de seus concorrentes e próximo de boa parte da população da capital, a decoração, que conta com palmeiras de açaí e até vasos marajoaras (tribo indígena paraense que se alimentava da fruta), foi pensada para ambientar os clientes.
Wilson revolucionou o segmento trazendo açaí diretamente do Pará, servindo produtos criativos e investindo na capacitação dele mesmo e de suas funcionárias no Senac. O empresário contratou o curso InCompany de “Boas Práticas na Manipulação de Alimentos”.
“Esse curso fez uma grande diferença na nossa vida. Além de se policiarem (os funcionários) mais a respeito da higiene, as meninas se sentiram mais importantes e tiveram o empreendedorismo despertado nelas. Eu também fico me policiando e somos capazes de ensinar as novas funcionárias, que chegam ainda muito cruas. Sem esse curso, eu não seria capaz de falar sobre os tipos de contaminação de alimentos para elas, por exemplo. As nossas vendas também alavancaram depois dele”, analisou.
Agora, ele já conta com 17 funcionárias. Além de concluir a ampliação da loja, Wilson quer colocar duas pessoas para receber os clientes na entrada, uma pessoa para guardar seus carros, e claro, participar de mais treinamentos. “Eles são importantes para que não fiquemos parados”, diz. De preferência, adiante Wilson, com o Senac. “Quando se fala em empreender é muito importante saber que precisamos de parceiros que possam nos ajudar. O Senac está aí nos ajudando nesta caminhada”, concluiu.