O Programa ‘Pana’, palavra da língua indígena Warao que significa ‘Amigos’ em português, executado pela Cáritas Brasileira, Diocese de Roraima, Cáritas Suíça, integra pela primeira vez, solicitantes de refúgio e migrantes venezuelanos e venezuelanas vulneráveis no Brasil para uma nova acolhida estadual pelo programa. Serão 102 primeiros beneficiados.
A previsão do avião decolar, nos dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro, possivelmente às 08h, rumo a Brasília. Eles serão acolhidos pela equipe Pana local, com 17 Casas de Passagem preparadas para recebê-los.
Segundo a coordenadora de Roraima, Elisangela Barbosa, a equipe Pana de Brasília que fica na Casa de Direitos, espaço voltado para dar apoio e favorecer a integração de migrantes e refugiados de todas as nacionalidades, propiciando acolhimento, atendimento jurídico, acompanhamento psicossocial e capacitações, irá acompanhar os recém-chegados na adaptação e até conseguirem a autonomia para seguir a vida sozinhos.
Em RR, cada integrante do Pana trabalhou intensamente nesses últimos meses, em conseguir cadastrar pessoas aptas para viajar, recolhimento das assinaturas aos termos de compromissos individuais, entregou os cartões do programa para identificação durante o voo, verificou toda a documentação necessária para embarque.
O igreja católica conta com a parceria do Exército, por meio do governo federal, que organizou o deslocamento dos passageiros, Agências da ONU, Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados Boa Vista, Centro de Migração dos direitos Humanos e Instituto de Migração dos Direitos Humanos.
Após aterrisar em solo brasiliense, os venezuelanos que aceitaram voluntariamente deixar Roraima para outras cidades do Brasil poderão permanecer no abrigo por até três meses. Caso não consigam trabalho nesse período, o prazo de permanência pode ser revisto.
Segundo a psicóloga da Cáritas de Roraima, Natasha Queiroz, todos os imigrantes já foram vacinados e estão com CPF, RG, carteira de trabalho, entre outros documentos. As crianças também receberam a documentação para que possam ser matriculadas em escolas do DF.
Expectativa – Para o venezuelano Elvis Daniel Mecias, de 24 anos, um dos que irá para Brasília, encara a viagem como uma forma segura para uma nova vida. Ele relata que chegou ao Brasil em maio desse ano e até hoje não teve nenhuma oportunidade.
Sozinho, sem perspetiva de futuro, desinformado de como proceder no Estado, foi roubado há dois meses. “Levaram meu dinheiro, além de abusado sexualmente por minha condição sexual. Estou em tratamento psicológico e psiquiátrico até hoje”.
Mas, ele ressalta o apoio recebido das Ongs e da Cáritas. “Estou muito feliz, serei finalmente integrado para outro estado, terei novas oportunidades. Se Deus me trouxe até aqui é porque tem um propósito para mim”, disse alegre com a viagem.