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Acadêmica de Computação, Marina diz que obstáculos não vão atrapalhar sonho da graduação

Cada pessoa tem uma visão própria do que é um obstáculo para alcançar um sonho. Para Marina Cavalcante, 23 anos, esse obstáculo surgiu quando ela tinha apenas 15 anos, e de forma involuntária. Um acidente de trânsito a deixou sem poder andar, em cadeiras de rodas e, por muitas vezes, tirou sua vontade de viver.

Ela conta que o motorista que causou o acidente estava alcoolizado e que a batida causou perda de 30% da sua massa encefálica, o que levou a estudante a permanecer em coma por 10 dias no Hospital Geral de Roraima. Ao acordar, ela recebeu a notícia de que ficaria sem andar e com movimentos limitados. Marina teve a vaidade – própria da adolescência, abalada e perdeu a motivação, assim como o primeiro ano do ensino médio. “Agora imagina: a pessoa na adolescência, jovem, revoltada com a vida, pois eu via todos os meus planos descerem pelo ralo”, revela.

Foi o amor da mãe, Elmizia Cavalcante, e a força de vontade que fizeram Marina seguir em frente. “Eu escolhi viver e ser forte porque meu mundo desabava, mas minha mãe estava lá comigo”, comentou. Ela voltou a cursar o Ensino Médio, mas ainda tinha receio de sair de sala de aula. “Meus amigos insistiam muito para eu sair da sala, mas eu tinha medo e vergonha”, desabafou. Em seguida, ela prestou vestibular para o Centro Universitário Estácio da Amazônia, mas antes do resultado, um tropeço. “Tentei me matar. Tomei todos os meus remédios e me dopei por uma semana, mal conseguia sentar”, recorda. Foi uma ligação da instituição de ensino que mudou o rumo dessa história. “Aí um dia me ligam para informar sobre o prazo para matrícula”, lembra.

Foto: Fernando Araújo
Foto: Fernando Araújo

Nos primeiros semestres as aulas aconteciam em uma sala. Agora, no sétimo período, a acadêmica percorre toda a área física da instituição. Um dos orgulhos de Marina é ser tratada pelos professores, em pé de igualdade com os demais alunos. “Eles me tratam com igualdade, como qualquer outro aluno. Eles [os professores] falam que se me tratarem com distinção, o mundo lá fora não terá esse mesmo cuidado”, justifica.

Quem leva Marina ao Centro Universitário é o namorado, Paulo Soares. “Ele me traz todos os dias e me acompanha até onde devo ficar”, disse ela que finaliza com uma lição de vida. “Nada pode ser um empecilho para desistir dos sonhos. Hoje estou aqui e cheguei onde muitos disseram que eu não chegaria”, conclui.