No desespero para aliviar uma dor, muita gente acaba exagerando na dose de remédios e muitas vezes nem sabe que a automedicação pode provocar graves problemas à saúde. Com o crescimento do uso incorreto de medicamentos, aumenta também a necessidade de se discutir um assunto tão sério para a saúde.
Pensando nesse contexto, e atendendo ao que preconiza a Política Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde, o Centro Universitário Estácio da Amazônia vai promover uma discussão na Praça das Águas, neste sábado (28), a partir das 17h, com a participação dos alunos de Enfermagem, Nutrição, Farmácia e Fisioterapia.
A professora dos cursos de Enfermagem e Farmácia, Iara Luna de Souza, explica que várias atividades estão previstas. Além de distribuir panfletos informativos, os alunos vão apresentar para a população o resultado dos trabalhos acadêmicos desenvolvidos ao longo do semestre dentro das disciplinas de Farmacologia e Assistência farmacêutica.
Ela explica que cada grupo terá uma dinâmica diferente para chamar a atenção do público. “Cada um vai explicar o seu tema, levando materiais, como maquete, distribuição de folders ou exposição de banners”, completa.
Sobre o tema em si, ela informou que os alunos vão abordar, por exemplo, a importância da interação do medicamento com os alimentos que são ingeridos ao longo do dia. Além disso, vão tratar sobre o descarte correto dos remédios, falar sobre os vários tipos de medicamentos, diferenciando os que são referência daqueles que se conhece como genérico e similar.
Também estão dentro da programação, as discussões sobre a resistência bacteriana aos antibióticos e o uso correto de medicamentos para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. “Infelizmente nossa população tem essa característica de querer utilizar remédio de forma irracional. Sem saber se realmente é necessário, e se houver realmente a necessidade, qual a posologia correta e a duração desse tratamento”, ressalta.
A professora ressalta sobre os riscos causados pelo uso incorreto dos remédios. Segundo ela, o principal deles é a intoxicação. O Brasil, ainda de acordo com Iara, possui o maior índice de intoxicação com a classe dos anti-inflamatórios, analgésicos ou antitérmicos que são vendidos livremente, sem a exigência de prescrição. “As pessoas têm o hábito incorreto de comprar em grande quantidade e se toxicam bastante com esses medicamentos. Por exemplo, o uso de nimesulida, ibuprofeno e dipirona. Esses medicamentos reduzem a barreira protetora do muco do nosso estômago. Então os pacientes que fazem o uso constante desses medicamentos correm o risco maior de ter gastrite ou úlcera”, observa.
E fez um alerta: “Os casos mais graves de resistência bacteriana já chegaram aqui em Roraima”. “Lá no HGR tem uma grande quantidade de pacientes que estão resistentes a vários microbianos. E o uso racional de microbianos é o que facilita a ação dessas bactérias que são mais resistentes e a propagação e o aumento do número delas na nossa população”, ressalta.
SERVIÇO:
Atividades sobre ‘Uso correto de medicamentos’
Local: Praça das Águas
Horário: 17h às 19h
Realização: Alunos e professores de Enfermagem, Nutrição, Farmácia e Fisioterapia da Estácio