A pandemia do coronavírus transformou a rotina de todos e mostrou que a internet pode ser ainda mais útil do que se imaginava. Durante o período de distanciamento, as aulas virtuais têm sido aliadas no desenvolvimento de crianças e adolescentes do programa Abrindo Caminhos, da Assembleia Legislativa. Um exemplo são as aulas de balé, nas quais mesmo longe fisicamente dos professores, os alunos têm aprendido novos passos e evoluído na dança.
Ao menos uma vez por semana a professora Isnaíra Menezes e as alunas compartilham passos pelo aplicativo Zoom. Esta foi uma das maneiras encontradas para dar continuidade às aulas presenciais, interrompidas em março deste ano devido a propagação da covid-19 no mundo.
A estudante Rayane Leal acompanha a filha Jhully, de 6 anos, nas aulas remotas e garante que neste período a menina se desenvolveu na dança. “Ela sente muita falta da interação [pessoal] com a professora, com os alunos, mas ela é bem esforçada e conta as horas para começar a aula de balé”.
Por meio do celular, todos os movimentos repassados pela professora são repetidos criteriosamente pela Jhully, destaca a mãe, Rayane. “Tem ajudado, muitos movimentos ela não sabia e aqui em casa eu ajudo, ela pergunta e ajudo muito”.
A Jhully tem seis anos, quase sete, como fez questão de enfatizar. Coque, meia calça, collant e a energia de querer aprender mais. Mesmo com a pouca idade, sabe definir bem o que sente neste momento em que cada um está em casa. “Eu amo fazer balé, eu gosto de todas as minhas colegas e a minha professora. Eu sinto muitas saudades delas”, conta a menina, de forma alegre e espontânea.
Adaptação
A dona de casa Cleidiane de Souza é mãe da Joana Freitas, de 9 anos, aluna há cinco anos do balé do Abrindo Caminhos. Além de auxiliar as crianças a não perderem o ritmo da aula, o contato virtual ajudou na adaptação ao “novo normal”. “No começo foi um pouco complicado por conta da adaptação e ela se sentiu um pouco desconfortável, mas com o passar do tempo ela já está se sentindo bem melhor faz as atividades direitinho que a professora passa”.
Aos poucos Joana se adaptou. No quarto, Cleidiane colocou um tapete para confortar a filha durante as aulas, se preocupou com a iluminação e com o espaço ideal para execução dos passos da menina. “É muito gratificante, é uma coisa que ela faz e gosta, sem dúvidas é bem melhor”, complementou a mãe.
Joana conta que a expectativa é grande para voltar às aulas, mas que o jeito virtual em aprender balé tem sido interessante. “Eu acho legal porque ela [a professora] manda a gente fazer muito mais coisas, ela vai ensinando mais passos e até fez coreografia com a gente”, explicou.
Desenvolvimento
Pela câmera do celular, a professora Isnaíra Menezes acompanha todo o desenvolvimento das alunas pelo aplicativo Zoom e também nos vídeos compartilhados nos grupos das turmas de WhatsApp. As sextas-feiras são exclusivas para o encontro virtual. Assim como a aula presencial, inicia com movimentos básicos para depois evoluir.
“Avalio por meio da tela mesmo, eu mostro devagar, foco a câmera no passo que eu quero para que elas vejam bem”, conta Isnaíra. Cerca de 40 alunas participam das aulas, por turma. O desenvolvimento tem sido favorável, tanto que há participação da família. “Tem mães que fazem a aula junto, fico feliz em relação a isso, tem família que faz junto com a menina e isso é muito legal”, comemora.
Texto: Yasmin Guedes
Foto: Jader Souza
SupCom ALE-RR