DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL – Projetos ressaltam importância do contato das crianças com o universo literário

Celebrado no dia 18 de abril, o Dia Nacional do Livro Infantil foi instituído em 2002 em homenagem a um dos maiores escritores brasileiros, Monteiro Lobato. A data que marca o dia do nascimento do autor serve de inspiração para o surgimento de novos autores do gênero infanto-juvenil e, em Roraima, ressalta a importância dos projetos de leitura desde a infância.

Em alusão a este dia, a escola estadual Euclides da Cunha realizou nesta quarta-feira, 18, uma programação específica com declamação de poesias, contação de histórias e o lançamento do projeto Euclides da Cunha: uma escola que faz história, em referência ao aniversário de 69 anos da instituição, no qual os alunos estarão desenvolvendo textos literários com o intuito de contar o passado da escola.

Adriana Lurdes, coordenadora da instituição, comentou que a escola compreende a leitura como uma atividade que permite que o aluno desenvolva e aguce seu senso crítico a partir da capacidade de reflexão e interpretação sobre determinado assunto. De acordo com ela, se esse hábito for estimulado e cultivado diariamente pode se tornar algo prazeroso na vida dos alunos.  “Nós, enquanto escola, entendemos que, tanto a leitura quanto a escrita, são práticas imprescindíveis para o desenvolvimento da cognição humana. Então, nada melhor que propiciar espaços e projetos para que isso se desenvolva”, relatou.

O projeto sala de leitura é outra das atividades desenvolvidas corriqueiramente na instituição de ensino, coordenado pela professora, Maria Albuquerque. Ela conta que, no total, três concursos de leitura estão sendo desenvolvidos com os alunos e servidores com o intuito de aproximar os frequentadores da escola do universo literário.

Bairro Caimbé abriga “locadora de livros” e biblioteca comunitária

As bibliotecas são fundamentais no interesse literário de jovens e adultos. Em Boa Vista, o Clube dos Livros, única biblioteca e locadora de livros comunitária do Estado, é a responsável pelo desenvolvimento de atividades e projetos de ensino e leitura tanto para brasileiros quanto imigrantes.

O espaço localizado no bairro Caimbé, zona Oeste da capital, além de possuir livros, revistas e gibis também oferece aulas de reforço e Português para estrangeiros. O aposentado José Oliveira, criador da biblioteca, conta que o projeto do Clube foi instituído em 2008, com a finalidade de organizar um local de incentivo a leitura de crianças, adultos e idosos no Estado.  “Como nós brasileiros poucos lemos, surgiu a ideia de lançar o Clube dos Livros que hoje funciona como a primeira e única locadora de livros da região Norte do Brasil. É uma biblioteca comunitária porque partiu da iniciativa de uma comunidade, não sendo mantida por nenhuma esfera do Governo, e ações que fazemos aqui servem para melhorar a leitura da população. Com a grande demanda de estrangeiros no Estado abrimos as turmas de Português para todos. Estamos com cinco turmas, com um total de 100 alunos, entre eles temos a turma infanto-juvenil com a prática do idioma, com a leitura de livros da literatura regional e local”, contou o aposentado.

A psicopedagoga Jussara Barbosa explica que o contato das crianças com a literatura infantil durante o período de alfabetização contribui para o desenvolvimento da escrita adequada, concordância verbal e organização do texto, além de outros benefícios relacionados ao desenvolvimento da criança. “O contato com o livro infantil ilustrado e, posteriormente, as narrativas dos contos de fadas, estimula o desenvolvimento da linguagem, a imitação, a empatia, a afetividade e a interação social, bem como a compreensão de noções de tempo, antecessor e sucessor, enfim, uma série de habilidades é desenvolvida a partir do ato de ler para a criança”, declara.

Quanto aos benefícios dessa atividade entre pais e filhos, Jussara entende que a atividade contribui para a cumplicidade e melhora a relação entre ambos. “Muitas lembranças serão recordadas de momentos desfrutados a partir da leitura, da encenação compartilhada de estórias que nos conforta e ensina a esperar e a lidar com as frustrações cotidianas”, completou.