Quem ainda não ouviu falar em startup, pré-aceleradora, mentoria, e outros tantos termos do empreendedorismo moderno, pode ser preparar. Com o nascimento da Buriti Valley, em Roraima, a temática promete virar rotina por essas bandas.
Um de seus idealizadores, Carlos Varela, é professor dos cursos de Contabilidade, Direito e Administração do Centro Universitário Estácio da Amazônia, em disciplinas que já apontavam seu potencial empreendedor, como Planejamento de Carreira e Sucesso Profissional, Competências Gerenciais, Administração de Novos Negócios e Gestão da Cadeia de Suprimentos. Ele conta que a Buriti Valley nasceu da necessidade de fomentar e dar suporte as ideias que surgiam e seus empreendedores, quando alguns profissionais da instituição de ensino começaram a trabalhar as startups, em meados de 2013.
Na opinião dele, Roraima já abarca um projeto com essa estrutura. “Sim, perfeitamente. Roraima como qualquer outro estado da federação possui pessoas com capital intelectual suficiente para desenvolver projetos desta natureza e consequente fazer com que os negócios sejam gerados de forma exponencial”, diz.
Varela explica que todos aqueles que tiverem uma ideia que esteja dentro dos preceitos de uma startup (escalabilidade e repetitividade), estão aptos a concorrer aos editais da Buriti Valley. “No ano de 2016, excepcionalmente, abrimos somente uma jornada de pré-aceleração, mas para 2017 a previsão é de duas com 10 equipes para cada edital”, complementou.
Os trabalhos da pré-aceleradora começaram no dia 04 de julho, mas a Buriti Valley foi lançado no dia 19 de maio. O ciclo de mentoração segue até novembro de 2016. Ele garante ter tido uma grata surpresa com relação aos projetos selecionados para o primeiro edital. “Tivemos 24 inscritos para selecionar os 10 finalistas. Muitos projetos com grande potencial inovador e de desenvolvimento para seus participantes e para a sociedade”, comentou.
Carlos Varela explica que o maior obstáculo para implantar um projeto dessa natureza em Roraima ainda é convencer os formadores de opinião e tomadores de decisão da viabilidade e grandeza da ação. “Basta iniciar uma pequena pesquisa para descobrir que muitas cidades estão bem desenvolvidas graças ao potencial de suas startups”, diz. Ele explica que o projeto requer baixo investimento, pois é uma colaboração de várias organizações e tem um impacto social enorme. “Estamos iniciando uma nova jornada para o estado de Roraima e esperamos que este marco seja fundamental no desenvolvimento e na geração de emprego e renda”, pondera.
Neste sentido, ele admite que as instituições de ensino superior podem contribuir, e muito, com a formação de jovens empreendedores. “Incentivando cada vez mais seus alunos na cultura empreendedora e mostrando que todos eles são capazes, seja o aluno do Direito, Psicologia, Agronomia, etc. Tenho turmas no curso de Direito e Contabilidade e tenho certeza que já consegui despertar este espírito empreendedor em alguns destes”, relata.
E se você já tem essa ideia em mente, ele dá a dica: “Pense como um startup, senão der certo de um jeito, reestruture, refaça e tente novamente. O empreendedor nunca desiste, mas precisa de muito conhecimento daquilo que está explorando. Às vezes, parece que um startup é um inconsequente, mas é justamente o contrário, ele estuda muito mais do que os outros antes de lançar seu produto no mercado”, conclui.