Com a chegada da Black Friday, consumidores de todo o mundo se preparam para aproveitar promoções que prometem grandes descontos. No entanto, especialistas alertam para os riscos de compras impulsivas, muitas vezes motivadas por estratégias de marketing que exploram aspectos psicológicos.
A professora Najara Muller, do curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio da Amazônia, destacou a importância de consumir de forma consciente e compartilhou orientações práticas para evitar gastos desnecessários.
Segundo Najara, técnicas como promoções por tempo limitado e contagens regressivas criam um senso de urgência que ativa no cérebro a sensação de prazer e recompensa. “Essas estratégias aumentam a percepção de economia e podem levar a compras precipitadas”, explica. Ela também aponta que a nostalgia e a tradição cultural da Black Friday reforçam o apelo emocional, incentivando os consumidores a gastarem além do planejado.
Outro fator determinante são as redes sociais e a influência de criadores de conteúdo. “A sensação de pertencimento a um movimento coletivo de consumo e a conexão emocional com a data são exploradas para impulsionar as vendas”, afirma a psicóloga.
Consumo consciente
Para evitar armadilhas, Najara sugere aplicar a “peneira da utilidade”. Antes de fechar uma compra, o consumidor deve se perguntar: Eu realmente preciso desse produto? Ele trará benefícios para mim ou para minha família? Será útil ou apenas mais um item acumulado? “Essa reflexão é essencial para evitar compras por impulso, especialmente aquelas que comprometem o orçamento”, enfatiza.
A especialista também reforça a importância do planejamento financeiro. “A Black Friday é um evento anual e previsível. Por isso, é possível se preparar com antecedência, reservando recursos e garantindo que as compras sejam feitas de maneira consciente.” Ela ainda recomenda verificar a autenticidade dos descontos para evitar fraudes.
Gerenciando ansiedade
A sensação de perda por não aproveitar uma oferta pode gerar ansiedade em muitos consumidores. Para lidar com esse sentimento, a professora sugere adotar uma postura mais flexível e pensar no longo prazo. “Se não for possível adquirir o item agora, planeje-se para a próxima oportunidade ou se organize para comprá-lo fora da promoção, mas dentro do orçamento”, orienta.