Nesta sexta-feira, 17, às 15h, na sala 111, da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ), a aula com o tema do Laboratório Diversidade e Mídia “Comunicação, Luta e Territorialidade”, será com Mayra Wapichana, assessora de Comunicação do Conselho Indígena de Roraima (CIR), recém-graduada do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Mayra Wapichana, como assim se identifica, oriunda da comunidade indígena Malacacheta, região da Serra da Lua, é a primeira jornalista indígena formada pelo Processo Seletivo Específico para Indígena (PSEI), modalidade específica de ingresso dos indígenas nos cursos de graduação da UFRR existente na unidade de ensino superior desde 2006. Em 2010, o Curso de Comunicação Social ofertou cinco vagas para o PSEI.
Com o tema da monografia “Etnojornalismo, estratégias de comunicação e o protagonismo indígena: um estudo de caso no Conselho Indígena de Roraima”, Mayra Wapichana levará para o debate três pontos fundamentais da experiência.
Primeiro, o processo afirmativo da identidade indígena, ponto fundamental que considera para atuar nas questões indígenas, como indígena. Segundo, o histórico de criação do Conselho Indígena de Roraima (CIR), marcada pela criação dos setores, entre eles, o setor de comunicação atuando fortemente desde a década de 1990 por meio da Diocese de Roraima e fortalecida em 1995, auge da luta pela demarcação e homologação dos territórios indígenas, educação e saúde indígena, bem como, no processo de valorização e respeito à cultura dos povos indígenas de Roraima e outros campos de atuação.
E o terceiro, as ações afirmativas de ingresso dos indígenas no ensino superior, oferta que possibilitou o ingresso no Curso de Comunicação Social da UFRR e hoje, graduada, atua na assessoria de comunicação da organização indígena a partir do seu envolvimento a sete anos, de 2005 a 2008 e de 2013 até o período atual.
Um processo de experiência e aprendizado que considera muito precoce, para o desafio que é atuar em uma organização indígena de porte como o CIR, mas ver novas possibilidades, inclusive, a sua própria formação e de outros futuros jornalistas indígenas que ainda estão em processo de formação no Curso, além, dos próximos passos que é de multiplicar o conhecimento na formação de mais comunicadores, jornalistas indígenas que possam atuar em suas próprias comunidades indígenas e regiões.
Para além dos conhecimentos adquiridos ao longo da formação, da experiência no campo da comunicação, por meio das diversas mídias a cargo do CIR, programa de rádio, site, redes sociais, informativos, Mayra Wapichana, considera que o mais importante é conhecer, aprender, obter experiência, com as lideranças indígenas, Tuxauas, mulheres, jovens, crianças indígenas e outros membros comunitários, esses que são as principais fontes de informação e notícias.
Foto: Márcio Chave Lavôr