Home Office veio para ficar? Especialista analisa prós e contras dessa nova forma de trabalho

O mundo globalizado já é um conceito antigo que a cada dia se consolida na vida das pessoas, ainda mais com a inovação tecnológica. E a pandemia do novo coronavírus só confirmou para o ambiente corporativo que é possível adaptar-se às novas tecnologias e até ganhar muito mais dinheiro com elas. Mas o que ainda se discute no momento é se após o período do distanciamento social, as corporações vão continuar adotando a alternativa que ajudou muitas empresas a se manter nessa crise: o home office.

Na verdade, essa forma de trabalho já está, há algum tempo, sendo testada por empresas brasileiras que apostam na cultura organizacional inovadora, conforme lembrou a professora Gessi Maria Dallalba, especialista em Empreendedorismo e Consultoria da Estácio da Amazônia.

Segundo ela, essas empresas já adotavam práticas de valorização da qualidade de vida de seus colaboradores quando apostavam nessa tendência. Mas com a pandemia, muita gente teve que correr para não ficar para trás. “O mundo que vivemos hoje está muito ligado a tecnologia e a produtividade; e as corporações vão adotar essa modalidade cada vez mais. A melhor colheita foi fazer os empreendedores repensarem seus negócios, inovando e incluindo de forma imediata a tecnologia em suas vidas, identificando o que é realmente necessário, pois isso é o futuro”, ressalta.

Para ela, o home office leva agilidade ao mundo dos negócios, especialmente quanto às inúmeras reuniões que acontecem dentro de uma empresa. “Essa nova modalidade de trabalho permitiu que as pessoas resolvessem assuntos com menos gastos. Quase ninguém conhecia o Zoom, Teams e outras plataformas que eram usadas com pouca frequência. E uma reunião que exigia um planejamento, viagem, passagem aérea, agora, com um link, pessoas de vários lugares estão juntas resolvendo e encontrando as mais diversas soluções para a empresa e para o País”, observa.

Portanto, será inevitável aos gestores não avaliar se realmente vale a pena investir em mudanças. “Os empresários constataram que muitas atividades podem ser realizadas da casa do colaborador, de um aeroporto, em um restaurante, café ou hotel. Ou seja, não precisa estar necessariamente em um ambiente da empresa, com várias pessoas. É possível conciliar a presença do colaborador na empresa somente em casos de extrema necessidade”, completa.

A especialista faz ainda uma avaliação dos prós e contra dessa nova forma de trabalho, diretamente de casa:

Para a empresa

– Economia com encargos sociais;

– Oferecimento de produtos e serviços melhores e com custos reduzidos;

– Vantagens fiscais e leis trabalhistas mais estruturadas,

– Otimização de suas atividades;

– Retenção de talentos, “afinal o home office faz parte do pacote de benefícios da empresa”. “Isso é ótimo para ambos, pois reduz estresse do trânsito, possibilita que o colaborador fique com a família e nesse momento está se protegendo”, ressalta.

Para os funcionários

– Comodidade

– Vale transporte é mantido para os dias em que o colaborar precisará se deslocar a empresa;

– As atividades podem ser negociadas com o empregador para a sua execução;

– Flexibilidade. “Pode definir e organizar o horário de trabalho conciliando com os compromissos pessoais e isso acaba aumentando a produtividade”, observa Gessi.

– Qualidade de Vida. “O tempo que iria gastar com o deslocamento pode investir em estudos, cuidar da saúde, academia, passeio ou ficar mais algum tempo com a família”, sugere.

Pontos negativos

Na avaliação da professora, os colaboradores precisam analisar bem a proposta, pois haverá necessidade de preparar um ambiente para o home office. “Tem as crianças, outros familiares e animais que dividem o mesmo espaço e a perda da privacidade, tanto para o funcionário quanto para os familiares”, observa.

Outro ponto levantado por ela é quanto ao investimento em equipamentos adequados, seja um celular com maior capacidade ou microfone, luzes, etc. que possam melhorar a qualidade do trabalho. Por fim, completa outros pontos negativos que precisam ser avaliados:

– É difícil manter o espírito de equipe;

– Poderá ocorrer dificuldades em realizar o desenvolvimento dos trabalhadores para o sucesso da empresa;

– Pode acontecer erros de comunicação;

– Pós isolamento, pode ter a tendência de continuar isolado;

– Controle para não ter excesso na carga de trabalho.