O bailarino mais famoso de Roraima, Santiago Júnior, vai participar da cerimônia de inauguração do Teatro Municipal de Boa Vista, que acontece nesta sexta-feira (15), a partir das 19h. Além de Santiago, a cerimônia de inauguração do Teatro Municipal terá também a bailarina Ana Botafogo, o ballet Cristina Rocha, o grupo Roraimeira e o cantor Oswaldo Montenegro.
Para o bailarino roraimense, esse momento é também um sonho antigo e bastante esperado por ele. Ele mora há 17 anos na cidade maravilhosa e lá trabalha como solista do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. “Eu me sinto honrado pelo convite. Até porque é um sonho antigo ver o teatro municipal daqui funcionando. É um marco fazer parte desse momento em que se inaugura um prédio histórico, que é o teatro, e que vai ser o templo das artes cênicas”, ressalta.
Sobre à sua participação na inauguração do teatro, o bailarino revelou que vai apresentar o espetáculo ‘Cotingo: o rio da minha aldeia’. Segundo ele, será uma apresentação em que além de dançar, ele canta e recita poesias. “Cantar e recitar são duas coisas que venho gostando muito de fazer nos últimos anos”, diz. E sem revelar o repertório, garante apenas que tratam-se de canções e poesias que fazem parte de suas memórias, especialmente aquelas vividas às margens do rio Cotingo.
“Meu avô, seu Dandãezinho, tinha uma fazenda às margens do rio Cotingo, a Santa Luzia, onde eu ia passar férias. E eu descobri muitas coisas às margens desse rio. Foi lá, nas pedras do Cotingo, que eu quis dançar, foi lá que eu quis voar. É um rio incrível. Eu tenho devoção por ele. Há quem tenha devoção por santo, eu tenho por um rio”, revela.
O TEATRO DE BOA VISTA
Ao falar sobre o momento histórico em que a cidade viverá, Santiago Júnior ressalta que após o nascer fisicamente do prédio, é necessário “levar alma” para o teatro. “É uma criança que está nascendo, mas ela precisa ser amamentada, precisa ser educada. É preciso introduzir ali o labor artístico. É o labor artístico que faz a arte florescer. E uma cidade que tem arte, ela é muito mais feliz”, ressalta.
Sobre a importância dessa estrutura para a cultura roraimense, ele afirma que é apenas o início para muitas mudanças e para o surgimento de novos talentos. “Existe agora um espaço físico, que é lindo e tem tudo que a arte necessita para ser feita! Agora precisa só de artistas, de oficinas, de espetáculos, de worshop, de vida artística para que aquele lugar tenha gente, que fervilhe de vida. Isso é necessário para que não seja um elefante branco ou apenas um lugar físico, não sejam só paredes. É preciso ter pessoas lá interessadas em levar sonhos, porque é isso que o artista leva a cada ação”, completa.
E continua: “Talentos nós temos. Isso é inegável. Nós precisamos é nos profissionalizar. Agora imagina o que a gente não vai fazer com um teatro? Com palco, com ciclorama, com uma rotunda, com coxias, com iluminação. Isso é divino! É um presente que é muito mais do que o dinheiro investido. Tem um valor eterno. Isso vai ficar no coração das pessoas”, afirma.
Sobre ter alguma participação futura nesse processo de crescimento e amadurecimento do teatro municipal, Santiago Júnior volta a dizer que esse é outro sonho que alimenta. “Eu tive que sair daqui e ir lá pro teatro municipal do RJ para exercer o meu ofício, mas é muito melhor que você possa fazer isso na cidade que nasceu. E nos meus sonhos, o teatro municipal é aqui, em Roraima. Eu quero vir mais vezes e sempre que puder colaborar, eu quero deixar algo aqui. Sou roraimense de corpo e alma. Eu vou voltar pra cá um dia. Eu já disse: eu volto um pouquinho a cada ano, um dia eu volto inteiro”, concluiu.
SANTIAGO JÚNIOR
O bailarino roraimense é solista do Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro desde 2000, onde ingressou por meio de concurso público e lá atua em todo o repertório da companhia.
Em seu currículo, Santiago já foi o bobo da corte do balet Lago dos Cisnes, o ídolo de bronze do balet Bayadere, o Mercúcio de balet Romeu e Julieta e o Espectro da Rosa, além de já ter participado de filmes e comerciais.
Estreou profissionalmente no balé metropolitano de Caracas, Venezuela. Ganhou a medalha de ouro no seminário internacional de dança de Brasília e medalha de prata no C.B.D.D. (Festival de Dança de Brasília), no Rio e janeiro.