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Incubadora da UFRR apoia negócios de impacto social de população de baixa renda

Com o crescimento do desemprego no país, é cada vez maior o número de pessoas que buscam empreender em alguma área e assim garantir o sustento de suas famílias. E foi esse crescimento, especialmente, com pessoas de baixo poder aquisitivo que levou a criação de um projeto de extensão na Universidade Federal de Roraima (UFRR) a desenvolver ações de capacitação e assessoramento para empreendimentos sociais.

Foi então que nasceu, em 2006, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários, que atualmente atende nove negócios de impacto social e economia solidária. Todos os empreendimentos incubados pela UFRR desenvolvem atividades de forma cooperativa.

A professora Meire Joisy Pereira, coordenadora da Incubadora, explica que o princípio fundamental desse trabalho é no sentido de que a economia solidária é para além do capital. “Ela [economia solidária] considera o ser humano como a centralidade da vida e as relações sociais como a primazia dela. Não com relação ao lucro, é uma consequência”, completa.

Ela ressalta que o objetivo maior do “trabalhar no coletivo” é encontrar soluções para o enfrentamento ao desemprego e da falta de renda. “Por exemplo, algumas das mulheres que participam da cooperativa de costureiras usam os empreendimentos para um alento da renda, complemento, mas elas querem participar, dar a sua contribuição ao orçamento familiar”, reforça.

A professora explica que o trabalho da incubadora é feito por meio de dois eixos: formação e assessoramento. Segundo ela, o primeiro momento de capacitação os participantes precisam fazer seis cursos nas áreas de planejamento, contabilidade, comercialização, formação de preço e planejamento estratégico.

São cursos básicos de como trabalhar coletivo. Não é empresa convencional que manda quem pode, obedece quem tem juízo. Aqui é sempre na perspectiva coletiva, sempre é uma associação ou uma cooperativa em que todos têm voz e voto”, ressalta.

Ela continua explicando que as capacitações buscam estimular a consciência de como é o fortalecimento do trabalho coletivo. “A gente dá contabilidade para não contadores para aprenderem a registrar a produção; a fazer a formação de preço; dá o planejamento sobre como se organizar para trabalhar o ano inteiro; faz planejamento estratégico não só do primeiro ano como dos próximos 4 anos, além de organizar a identidade visual dos empreendimentos”, completa.

Alguns negócios de impactos social que já foram incubados pela equipe da UFRR foram a Cooperativa do projeto de assentamento Nova Amazônia, a Associação de Agricultores familiares do PA Nova Amazônia I, II e IV, além da Associação dos Hortifrutigranjeiros de Boa Vista (Hortivida), e das Cooperativas de Empreendimentos solidários de Boa Vista (Coofec’s), Feras da Amazônia e a Cooperativa Agropecuária dos Cinco Pólos (Coopercinco).

Ao longo de todos esses anos, as atividades da Incubadora foram financiadas por editais públicos e privados. O projeto já participou de diversas competições e ganharam o direito de captar recursos do prêmio Samuel Benchimol, já ganharam edital da FINEP, dois editais do Sistema Nacional de Economia Solidária (SIES) e do CNPQ.

Recentemente, a incubadora da UFRR foi convidada pela ONU para incubar mais dois empreendimentos solidários, para atender imigrantes venezuelanos que trabalham com artesanatos e com uma atividade de reaproveitamentos de resíduos solos. O trabalho da incubadora é feita por uma equipe multidisciplinar composta por 10 professores e alunos das áreas de Administração, Economia, Pedagogia, Artes Visuais, Antropologia e Ecologia.

O portal EducaRR nas próximas semanas vai contar a histórias de alguns empreendimentos sociais que foram atendidos pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários da UFRR.