Instituto apresenta recursos para financiar pesquisas de negócios de impacto social e ambiental

Durante a realização do Fórum de Negócios de Impacto Social da Amazônia, realizado pela UFRR, um dos painéis do evento contou com a participação do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). O diretor técnico da ONG, Carlos Koury, apresentou o Programa Prioritário de Bioeconomia que possui recursos para ser investidos em projetos que queiram desenvolver iniciativas que potencializem as cadeias produtivas da bioeconomia.

A ideia é atender projetos inovadores de processos, produtos e serviços relacionados à bioeconomia. “Pode tanto potencializar cadeias produtivas quanto suprir de tecnologias as cadeias produtivas, apoiar incubadoras, apoiar negócios de impacto social e ambiental e apoiar negócios relacionados a tratamento de resíduos e biorremediação”, observa.

Carlos explica que os recursos são oriundos das empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação, que pela Lei da Informática são obrigadas a investir 5% de seu faturamento bruto em atividades de pesquisa e desenvolvimento e inovação.

“Anualmente os 5% de obrigação de investimento em pesquisa e inovação é da ordem de R$600 milhões. Uma porcentagem disso, uma opção, é para negócios de bioeconomia. É o que a gente está buscando aqui com pesquisadores e incubadoras daqui para poder apresentar para as empresas e essas empresas apoiarem. É um patrocínio privado: são as empresas apoiando diretamente esses negócios de impacto social”, ressalta.

Ele explicou ainda que para concorrer a esses recursos os projetos de Roraima precisam ser apresentados por pesquisados da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e Embrapa. Isso porque apenas as instituições credenciadas ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda)/Suframa) é que estão aptas para enviar propostas para o programa.

“Outra opção é um negócio de impacto social apresentar uma demanda para UFRR, que por sua vez apresenta para o Idesam. O projeto é apoiado, desenvolve a solução e entrega a esse negócio. Mas sempre por meio da UFRR e Embrapa”, orienta.

Carlos Koury explicou ainda que os projetos precisam obrigatoriamente ser vinculados a novos processos, produtos ou serviços. “Pode não ser um super processo novo, mas você demonstra que é um arranjo que está promovendo e que é diferenciado e inovador para o cenário local, para o contexto local. Se for bem justificado dá para ser enquadrado”, completa.

Ele contou de algumas pesquisas que já estão sendo desenvolvidas pelo Programa Prioritário Bioeconomia. Uma delas é por uma empresa incubada, credenciada no Capda, que está desenvolvendo um novo produto cosmético a base de copaíba. Uma segunda pesquisa tem sido feita pelo Inpa que vai desenvolver uma nova variedade de uma espécie amazônica para que seja comercializada no mercado alimentício.

“Outros exemplos que nós aceleramos: a gente tem uma solução de uma espécie nativa da Amazônia que tem a capacidade de depurar matéria orgânica muito mais rápido que a minhoca. Esse modelo ainda consegue do resíduo gerar proteína animal e adubo. Então essa pesquisa é de uma tese de doutorado e está se convertendo em negócio de impacto ambiental positivo e de decomposição de matéria orgânica”, exemplificou.

Para ele, o programa é mais uma iniciativa que busca estimular a produção sustentável na Amazônia que possa gerar receitas. Segundo o diretor do Idesam, o mais importante nesse processo é tornar permanente esses negócios. “A depender de projetos, você fica sempre vítima do projeto, mas quando você pereniza uma atividade econômica com base sustentável e inclusiva e tem mais chance daquele cenário local evoluir e se transformar”, concluiu