Na contramão de uma época em que o digital ganha cada vez mais espaço na vida das pessoas, pode acontecer de os trabalhos manuais serem um atrativo. Tem sido assim com o hand lettering, que não possui uma tradução literal para o Português, mas consiste na arte de desenhar letras à mão.
Você pode ainda não ter ouvido falar dessa técnica, mas, com certeza, já deve ter visto por aí a aplicação de lettering em painéis com fundo na cor preta. com frases que lembram o quadro-negro escrito com giz. Já deve ter encontrado também em algum lugar composições de textos e desenhos em quadros, vasos, espelhos, paredes, muros e painéis em festas de casamento.
E o que poderia ser apenas um hobby para algumas pessoas acabou se tornando profissão ou uma renda extra para quem tem esse talento. Foi exatamente isso que aconteceu com a estudante de Arquitetura e Urbanismo, Jussara Melo, que desde pequena foi estimulada a caprichar na caligrafia e depois de muitos treinos e desenhos para decorar os cadernos e trabalhos, descobriu que poderia ganhar dinheiro com a atividade.
“Um belo dia, vi que na internet que tinha muita gente que também fazia isso. E descobri que o que eu sempre fiz se chamava lettering. Pesquisei muito sobre esse assunto e descobri artistas que faziam e davam aulas, workshops e cursos pela internet. Fiz alguns, mas sempre fiz pra mim”, lembra.
Agora a estudante, que também é designer de interiores, desde o ano passado tem oferecido aulas de lettering pelo menos uma vez por mês. “Descobri também que adoro passar esse conhecimento pra outras pessoas e vê-las felizes por conseguir desenhar letras e fazer suas próprias composições criativas”, explica.
O próximo encontro será neste sábado (27), na Nobre Papelaria, no horário das 8h30 às 11h30. O valor da aula é R$50 e para se inscrever, basta ligar no telefone 3623-0490. Jussara explica que o aluno recebe apostila e a caneta utilizada para a técnica que é a Pen Brush.
Na aula, Jussara ensina as técnicas para usar a caneta brush, técnicas de como montar o alfabeto e a disposição criativa. “Ensino coisas básicas. Você tem que desenhar, não se parece com caligrafia ou tipografia, mas a arte passa um pouco de você, não precisa ser perfeita. Tem gente que chega sem conhecer nada e sai com o lettering inteirinho”, comemora.
Sobre o mercado para o letrista, ela explica que o profissional tem um campo de atuação bastante diversificado, pois existe uma infinidade de materiais disponíveis para a aplicação das técnicas. “Os mais comuns são pintar parede e decorar casamentos. Já fiz trabalhos em casas, em áreas gourmet, um café (Rei do Bolo), um bar (Campesina), uma escola, salas de casas, quartos, quadros, placas”, enumera.
Em média, a atividade pode render um extra entre R$300 a R$500,00 por mês, dependendo do tipo de trabalho demandado. “Pode acontecer, por exemplo, de único trabalho custar entre R$800 a R$1000,00”, observa.