Vários motivos fazem com que pessoas lotem a sala de aula na Escola do Legislativo – Unidade Silvio Botelho, na primeira turma do curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), formada por quase 100 inscritos. A ideia é dar a oportunidade de acessibilidade e de inclusão, utilizando a comunicação para atuação com pessoas surdas.
Ocupar a mente, adquirir conhecimento e poder conversar por sinais são as razões que levaram Daiane Silva a participar do curso. Ela disse que conhece várias pessoas surdas e a comunicação com esse público é complicada. “Me sinto mal porque percebo que eles querem conversar comigo e eu não consigo me expressar de uma maneira clara”.
Daiane comentou que a dificuldade de comunicação não é por parte deles, mas dela por não ter deficiência auditiva e conhecimento da língua deles. “Eles não têm como aprender a falar, mas nós temos como aprender a falar a língua deles”. frisou.
Henrique de Melo apresentou dois motivos decisivos para se inscrever no curso. Uma é o fato de querer montar uma hamburgueria e a outra é por ter um sobrinho com paralisia infantil, que se comunica usando a língua de sinais. “Nesse negócio que pretendo montar, quero fazer diferente, atendendo os surdos, com cardápio e placas com frases na linguagem deles. Sobre meu sobrinho, quero me comunicar melhor com ele”, afirmou.
MERCADO DE TRABALHO – A demanda por profissionais que se comunicam na linguagem de sinais é maior do que a oferta, o que demonstra a importância de cursos como este ofertado pela Assembleia Legislativa, por meio da Escola do Legislativo. “Percebemos aqui um grande número de pessoas interessadas em atuar no universo da pessoa com deficiência auditiva”, ressaltou a professora colaboradora Alessandra Cruz.
Segundo ela, o curso é uma oportunidade para quem deseja se inserir no mercado de trabalho ou quem almeja conquistar uma promoção no emprego. “Inúmeras vagas estão surgindo no mercado de trabalho, devido à necessidade que as empresas têm de se adequarem às leis que tratam da inclusão das pessoas com necessidades especiais”, comentou Alessandra.
Ela explicou que, embora o curso seja somente de 30h, é um incentivo para as pessoas buscarem conhecimento e aprenderem a língua de sinais. “As pessoas têm que entender que o que nos diferencia da pessoa surda é apenas uma questão linguística e não uma deficiência”, afirmou Alessandra.
No curso, os participantes têm aula teórica, para que entenda a língua, questões legais, sintaxe e morfologia, e a parte prática. “Vamos trabalhar a questão da conversação com o sujeito surdo. Mas isso é só um início, pois para terem conhecimento mais aprofundado é preciso um estudo contínuo”, comentou a professora.
Fonte: SupCom ALE-RR