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Método adotado ajuda no desenvolvimento e relacionamento de aluna do IFRR

A aluna Alexia de Oliveira, do primeiro ano do curso Técnico de Serviços Públicos do CBVZO (Campus Boa Vista Zona Oeste) do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima), nunca tinha tido contato com um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) até começar a estudar na unidade. A partir daí, segundo ela, a vida mudou.

Alexia, que é surda, antes de ter intérpretes à disposição pouco participava das atividades escolares e pouco evoluía no aprendizado. Segundo a intérprete do CBVZO Eunice Barbosa, que reveza o trabalho com outro intérprete da unidade de ensino, é notável a evolução que a aluna (única com necessidade de Libras no campus) vem tendo no decorrer do ano. “Quando iniciamos o trabalho aqui no CBVZO, percebíamos como ela era muito separada da turma: não interagia e tinha dificuldade para participar das atividades propostas. Hoje notamos uma mudança total. Ela vem evoluindo cada dia mais e realmente aprendendo, não só passando de ano”, observou a profissional, destacando ainda que o fato de eles (os intérpretes) atuarem junto da aluna, e não na frente da turma inteira, do lado do professor, acaba deixando-a mais à vontade, melhorando inclusive o ritmo do aprendizado da estudante. “O fato de não estarmos lá na frente da turma, chamando até mais atenção que o próprio professor ou a própria matéria, ajuda muito mais, porque ela não se sente diferente, com algo que está acontecendo lá só em razão dela, já que estamos lá, perto e junto dos seus colegas, fato que a faz sentir-se muito mais à vontade para perguntar, tirar dúvidas, participar, interagir”, explicou Eunice, comentando que a mudança de método ocorre apenas quando há muita necessidade, como é o caso das aulas de Matemática, em que há muitos exemplos, fórmulas, e aí sim o intérprete precisa se posicionar junto ao professor e ao quadro.

E Alexia confirma: “Me sinto muito melhor hoje com esse recurso. Estou aprendendo mais e participando mais de tudo; me sinto até mais inteligente agora”, comentou, sorrindo com a intérprete.

Eunice acredita que esse não é o único ganho. “Percebo não só a evolução da Alexia, mas da turma inteira. Eles estão trabalhando de fato a inclusão. Todos fazem questão de aprender Libras, demonstrando muito interesse, pois se preocupam com a colega. Caso um dia nós, intérpretes, precisemos faltar, eles se questionam, quem vai ajudar? Não querem que ela perca nada e a incluem em tudo, não só na sala de aula, mas também nos intervalos e até fora da escola”, comentou, comemorando o que ela chamou de despertar dos estudantes para a inclusão.

A diretora do CBVZO, professora Cida Medeiros, disse que esse é o espírito do campus e que, desde o princípio, fez questão que o método de trabalho adotado fosse realmente esse, de proximidade, do intérprete junto do aluno, para que a inclusão ocorresse da maneira mais efetiva possível. “Além de fazermos questão de disponibilizar os intérpretes aos alunos que têm esse tipo de necessidade, fazemos questão que os profissionais atuem de maneira a incluir verdadeiramente. Porque de que adianta ter a pessoa lá na frente, destacando-se e apontando, lembrando que tem alguém diferente o tempo todo dentro de sala de aula? Temos que tentar dar o máximo de condições iguais para que o aluno realmente se sinta incluído e tenha não só igualdade, mas também igualdade com equidade, ou seja, temos de buscar a simetria, a equivalência, ou melhor, o bem-estar máximo desse aluno, trabalhando para que ele evolua da mesma forma que os demais”, destacou.

Fonte: IFRR/CCS/Campus Boa Vista Zona Oeste