Nesta quinta-feira, 18 de maio, é celebrado o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso, Exploração Sexual e ao Tráfico de Crianças e Adolescentes. E para trabalhar o assunto, pais e alunos do programa Abrindo Caminhos, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), participaram na noite desta quarta-feira (17), na sede localizada no bairro Cambará, de uma palestra educativa sobre o tema.
A vendedora Bruna Morais, mãe de duas integrantes do Coral, de 7 e 8 anos, acompanhou atenta a todas as explicações ministradas pela equipe multidisciplinar do Abrindo Caminhos. Entendeu a importância de se falar sobre o tema considerado polêmico na sociedade. “Não sabia como falar, mas participando desses programas nos ajuda a explicar melhor para as nossas crianças o significado de algumas palavras”, disse, e complementou que criança, muitas vezes, é curiosa e os pais precisam de preparo para manter um diálogo aberto.
A dona de casa Aura Arcila é venezuelana e mesmo com dificuldade na pronúncia do português, reforçou a ideia de se conversar sobre o tema em família. “Estou muito agradecida e para mim e meu filho saber que há atividades que ajudam a reforçar o crescimento de nossas crianças como a atividade do dia de hoje é gratificante”, contou. Para Aura, é necessário que toda família conheça os perigos que rondam as crianças e os adolescentes na sociedade. “Eles não conhecem essas coisas e lá fora, na rua, outros vão falar de outra maneira e vai ser muito perigoso para eles”.
Os participantes assistiram a um vídeo dinâmico e receberam orientação dos profissionais do Abrindo Caminhos. Conheceram a Legislação, os caminhos de ajuda e observaram sobre os sintomas transmitidos pelas crianças abusadas sexualmente. A psicóloga Lauany Leal explicou que a ideia é transmitir aos pais, responsáveis e ao público atendido pelo Abrindo Caminhos um olhar diferenciado sobre políticas públicas. “É de grande valia falarmos aqui sobre abuso sexual porque é bem alarmante na nossa cidade, no nosso Estado, e o nosso público hoje atendido pelo programa é infanto-juvenil”, comentou.
A orientação é um passo considerado importante para proteção das crianças e adolescentes, contou a psicóloga. Lauany ressaltou que muitas vezes o abusador está dentro da própria casa ou próximo a família. Para que essa prevenção aconteça, a autoestima da vítima precisa ser trabalhada.
Entre os sinais emitidos pelas vítimas, apontou Lauany, está a antissocialização, a apatia, a agressividade e o baixo rendimento escolar. “Tudo isso precisa de um olhar diferenciado e a gente conta com o apoio da família para trazer esses supostos sintomas pra gente”, frisou.
Sobre a palestra, a coordenadora do Abrindo Caminhos, Viviane Lima, destacou a importância de aproximar a família em assuntos como o combate ao abuso sexual. “O que o Abrindo Caminhos busca é isso, levar informação. Muitas vezes a situação acontece dentro da própria casa e você não consegue enxergar, diferenciar”, completou.
Fonte: SupCom ALERR