Pesquisa da Estácio aponta que homens continuam sem o hábito de prevenir problemas de saúde

Apesar da criação de uma política pública específica para a saúde do homem há mais de 10 anos, os brasileiros ainda são resistentes em buscar as unidades de saúde e consultórios médicos para prevenir e tratar doenças em estágio precoce. A constatação faz parte do projeto de pesquisa de duas alunas formandas do curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio da Amazônia.

O trabalho de pesquisa bibliográfica buscou analisar como tem sido a procura pelos homens ao atendimento na rede de saúde pública. Conforme as análises do estudo, “a grande maioria só procura atendimento quando existe alguma queixa grave”. As futuras enfermeiras, Juliana Ribeiro e Laila Beatriz Ribeiro, alertam a população masculina: “O fato de demorarem a buscar os serviços de saúde acarreta altos custos ao SUS, levando em consideração que precisarão de atendimento especializado”. 

Conforme a análise das formandas, a procura por um atendimento preventivo iria diminuir sensivelmente o surgimento de várias doenças, dentre elas o câncer de próstata. “Mesmo assim, há essa falta de procura por atendimento, e entende-se que seja por questões socioculturais da população brasileira. Apesar de estarmos no século XXI, ainda não se têm muitas estratégias de prevenção e promoção em saúde direcionadas ao homem, e dessa forma, faz-se importante um trabalho descritivo de como está sendo voltado à questão da saúde do homem”, observam.

Diante dessa constatação, as pesquisadoras avaliaram as ações desenvolvidas pelo Estado para consolidar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Segundo as acadêmicas, é necessário que seja feita uma reformulação do plano especialmente na forma como tem sido aplicada na atenção básica. “Além das campanhas voltadas a saúde do homem, é preciso haver uma organização estrutural na rede pública de assistência à saúde do homem para melhorar o acolhimento, visando maiores números de acesso da população masculina ao serviço de saúde na atenção primária, levando em consideração o horário que essa população está disponível para procurar atendimento de promoção à saúde e prevenção de doenças”, destaca.

Além de avaliar a estratégia de atendimento aos homens, a pesquisa aponta ainda que é preciso desmistificar a saúde do homem voltada apenas para as questões do câncer de próstata. “Para os homens, só vemos essas campanhas no mês de novembro, que chamamos de novembro azul, que são feitas para promover um maior índice de atendimento à população masculina. Mas é necessário ampliar essa atuação porque a saúde do homem vem sendo esquecida não só por eles, mas por toda a esfera da atenção primária”, ressalta.

As acadêmicas informaram que a intenção é dar continuidade ao trabalho para aprimorar o estudo, uma vez que detectaram ainda que existe um número reduzido de publicações relacionadas à saúde do homem na Região Norte.“A finalidade é realizar uma pesquisa de campo nas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Boa Vista, e analisar a propagação de promoção à saúde para os homens dentro das unidades: se há folhetos, cartazes, campanhas, algum tipo de divulgação que visa aproximar esse público aos serviços de saúde na atenção primária”, concluíram