Por que a Base Nacional deve incluir o Ensino Médio

Em sua recente decisão, o MEC (Ministério da Educação) entregará a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apenas com as diretrizes dos ensinos infantil e fundamental. O motivo: esperar pela proposta de flexibilizar o currículo do ensino médio, que ainda está em trâmite.

O professor Gilberto Alvarez (Prof. Giba), presidente da Fundação PoliSaber, acredita que as duas propostas não são excludentes. “A flexibilização do ensino médio é uma discussão sobre o formato, e a Base Nacional é sobre o que o aluno deve aprender”, argumenta o educador.

“Uma proposta pode pautar a outra independentemente de qual seja aplicada antes. Postergar a definição da base curricular seria frustrar milhares de educadores que contribuíram para essa construção, mostrando à sociedade que esta pauta não é uma prioridade para o MEC”, complementa.

Ele reforça que a Base Nacional é fundamental para tornar a educação brasileira mais igualitária. “Pela primeira vez, saberemos o conteúdo que cada estudante deve aprender, seja na escola estadual ou particular. Como o próprio nome diz, é a base de conhecimentos e de habilidades que todos devem ter.”, afirma.

Prevista no PNE (Plano Nacional de Educação), a BNCC tem como principal meta preparar conteúdos mínimos para serem ministrados a alunos de todo o país.

Prof. Giba destaca que o desafio para as escolas é desenvolver, a partir da base, novos projetos pedagógicos. “É importante que cada região, cada escola, seja pública ou particular, assuma a base e construa um projeto para além dela”, analisa.

Segundo o professor, a base é essencial também para diminuir a distância entre a educação básica e a profissionalizante. “Uma das coisas que esperamos é justamente que essa vinculação com a educação para o trabalho faça parte daquilo que se chama base diversificada, que deve ser composta por cada estado, cada município, cada escola”, finaliza.