Professor da UFRR lança seu primeiro romance no dia 12

O lançamento acontece no Auditório Alexandre Borges da Universidade Federal de Roraima a partir das 19h30. Ode de Ana Maria é um romance fantástico sobre a luta da protagonista pelo terreno de sua morada e a tentativa de reunir os moradores do distrito em favor de sua causa.

“A república, a modernidade e a democracia no Brasil não conseguiram resolver nossos problemas estruturais e históricos. O romance denuncia que sempre vivemos uma sobreposição de crises sociais e culturais, uma interferindo na outra”, aponta o autor Professor Simão Farias do Curso de Comunicação Social da UFRR.

Ode de Ana Maria é o oitavo livro e o quarto de ficção de Simão Farias. “O escritor sempre escreve porque é um insatisfeito em relação aos fatos evidentes e forjados do mundo e da nossa sociedade. O engajamento social e a denúncia são papéis da arte, além do prazer estético e da leitura claro”.

Durante o lançamento haverá apresentação musical com Claudia Lima e Orlando Junior, além de declamação de trecho do romance feita pelo historiador e estudante de jornalismo Fábio Almeida. Ode de Ana Maria tem 141 páginas e vai custar R$ 30.

Simão Farias é natural de João Pessoa – Paraíba e professor do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Roraima desde 2004. Concluiu Mestrado e Doutorado na área de Literatura e Cultura. Seus livros de ficção são “De Literatura e Cinema” (2009), “Tramas de sujeitos e identidades” (2010), “Memória de vôos rasos e gravidades” (2016) e “Ode de Ana Maria” (2016).

Agenda

Lançamento dia 12 de dezembro a partir das 19h30 no auditório Alexandre Borges do Campus Paricarana da UFRR.

Trecho do romance Ode de Ana Maria

Ana Maria amanheceu pesada no dia seguinte, coberta pela poeira das horas. Não seria um dia fácil, pois teria que resolver as urgências dos outros que também eram suas. Espreguiçou-se tentando afastar de si o nevoeiro de grãos de areia cálidos que também invadiram sua casa. A casa toda reunia o silêncio do lugar e do mundo. Estava sozinha, ela no meio do Nada. Morava a três quilômetros de distância do vizinho mais próximo e as casas eram divididas por estreitas e pequenas estradas de terra e barro, distância relativamente curta em situações pouco urgentes.

Fonte: Ascom UFRR