Professores adotam nova rotina para ensinar em meio à pandemia

No lugar de alunos, uma câmera. Assim tem sido a rotina de muitos professores e professoras devido à pandemia do novo coronavírus. A missão tem sido a de não deixar alunos sem conteúdo neste período em que manter a distância é essencial para conter a doença. 

Dia 15 de outubro é celebrado o Dia do Professor, profissional responsável por guiar as pessoas no caminho do saber. Os professores dos programas da Assembleia Legislativa de Roraima se reinventaram para atender aos alunos de todas as idades e com uso de recursos virtuais para tornar o longe cada vez mais próximo.  

Nivia Santana é professora na Escola do Legislativo nas áreas de Gestão e Negócios. Na transição do presencial para a plataforma EaD (Ensino à Distância) surgiu o desafio de encarar uma câmera e carregar a missão de ensinar bem mais do que estava acostumada. “Fomos todos pegos de surpresa, sem saber muito o que ia acontecer e a Escola do Legislativo se reinventa e traz a plataforma, uma novidade para todos, pois estávamos acostumados com turma cheia e agora é professor e câmera”.  

Além de desafiador para profissão, a pandemia, segundo Nivia, deixará outras consequências positivas. “Foi uma experiência muito enriquecedora porque a gente se limitava a um número de pessoas e nós conseguimos triplicar o quantitativo de alunos que a gente atendia”, destacou.  

Dizem que ser professor é um dom. A advogada Isadora Rodrigues leciona Direito Penal e começou a carreira em sala de aula na Escola do Legislativo. “Desde pequena eu tive algumas referências em casa, a minha mãe é professora, ficou em sala de aula 28 anos, e eu me formando em Direito eu vi essa necessidade de tentar fazer justiça através de conhecimento”, ressalta. 

Para matar a saudade neste período, a professora Laeny Amaral realizou uma live onde sentiu o contato dos alunos pelas redes sociais. “Eu sinto saudades até porque o nosso público é muito dinâmico, a gente sempre tá trabalhando com intelecto e parar de uma vez deu o primeiro impacto emocional muito grande e depois vem a questão do impacto intelectual”.  

Produção de conteúdo

O contato com as crianças e adolescentes do programa Abrindo Caminhos ficou no virtual. A professora Escarlet Melo, da Ginástica Rítmica, modificou o contato com as alunas e os passos são acompanhados pela tela do celular, computador ou tablet. “Sabemos que não é muito boa e nem todo mundo tem acesso a uma internet de qualidade”, complementa.  

Escarlet acrescenta ainda que além dos movimentos, os professores precisam se preocupar com o emocional e o motivacional dos alunos. “A saudade só aumenta mais, estava acostumada a ter contato diariamente com elas”. O contato tem sido pelo WhatsApp e por aplicativos de transmissão.  

Por falar em tecnologia, até mesmo os professores de informática se reestruturaram na pandemia. Eubert Botelho conta da motivação em continuar a docência mesmo a distância, com a produção de conteúdos lúdicos para todas as idades. “Como tudo que é novo a gente vai se adaptando, da mesma maneira são com as crianças e adolescentes”, frisa.  

Emocionado, ele lembra com carinho de cada aluno. “Até aperta um pouco o coração porque realmente eu nunca imaginei sentir tanta falta daquele calor, daquele abraço dos alunos”, conta. “Espero que tudo isso passe para a gente se abraçar”, torce Eubert Botelho.  

Texto: Yasmin Guedes 

Foto: Eduardo Andrade

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