Em 2019, o Programa Bolsa de Inovação Tecnológica (Biterr 2019) completa 10 anos de existência em Roraima. Ao longo desses anos, mais de 250 empresas já foram atendidas pelo projeto que estimula estudantes do ensino técnico, científico e superior a desenvolverem produtos, serviços e processos inovadores às empresas roraimenses.
Além dos números, as instituições organizadoras do programa [IEL, Sebrae e Senai] comemoram um feito ainda muito maior: a mudança comportamental dos empreendedores locais que há 10 anos tinham bastante receio de receber em suas dependências estudantes que quisessem colaborar de forma gratuita na melhoria dos produtos e serviços.
Karina Almeida, gerente de Inovação e Educação do IEL, lembra que naquela época havia muita resistência, “mesmo depois de explicar que seria uma consultoria de inovação, com a participação de um professor, com ampla experiência, trabalhando diretamente com o estudante dentro da empresa”. “Mesmo assim os empresários tinham receio, porque não queriam abrir as portas das empresas. Tinham medo de expor o que aconteciam dentro da empresa, principalmente, quando trabalhava a gestão financeira”, recorda.
SEMENTE
Para a gerente, a dificuldade lá atrás foi, na verdade, um aprendizado e uma semente que foi plantada e hoje o mercado local colhe os frutos dessa persistência. Na avaliação do programa, nos últimos cinco anos é perceptível o engajamento das empresas em participar do Biterr. “Um dos principais objetivos que temos com o projeto é atender e realmente trazer competitividade para as empresas locais. E hoje estamos observando que realmente as empresas estão cada vez mais acessíveis, estão investindo no projeto, inclusive, recursos financeiros para que realmente o projeto seja executado, finalizado e que traga resultado, porque eles já compreendem que o benefício maior fica com a empresa”, ressalta.
ENSINO, PESQUISA E MERCADO
Outros beneficiados com o programa são os estudantes e os professores. Por um lado, os alunos têm a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho e conhecer antes de concluir o curso o que o futuro lhe reserva. “Além do sucesso que constatamos de alunos que foram contratados depois de finalizar o programa. As empresas decidem contratar para dar continuidade ao projeto”, ressalta. E nesse processo, tem ainda o professor e a instituição de ensino que são reconhecidas por suas atuações.
Existe, inclusive, uma premiação todos os anos das melhores pesquisas realizadas ao longo do período do Biterr. Karina explica que do total de projetos aprovados, o IEL, Sebrae e Senai montam banca julgadora para escolher os trabalhos que mais pontuaram nos critérios de avaliação. “Foi um projeto inovador? Trouxe competitividade? Qual o resultado gerado? O produto final vai ser rentável, viável e aplicado dentro da empresa? Esses são os critérios avaliados para identificarmos aqueles com melhor desempenho e resultados”, descreve.
A PREMIAÇÃO
Karina ressalta que a premiação é para todos os envolvidos. Os estudantes recebem prêmios em dinheiro (1500,00 – 1º lugar; 600,00 – 2º lugar; 500,00 – 3º lugar). Já os professores e as empresas ganham equipamentos eletrônicos como HD externo ou tablet. As escolas ganham troféus e aporte financeiro para ser investido dentro da área de coordenação do curso, como estruturação de laboratórios.
2019
Este ano, um total de 25 projetos foram inscritos no Biterr e, desses, 18 foram aprovados para participar do Programa. As pesquisas são divididas pelas áreas de empreendedorismo, produção, gestão, inovação e tecnologia. Ao longo semestre, o EducaRR vai conhecer alguns desses trabalhos e divulgá-los no nosso portal. O primeiro projeto já foi publicado e pode ser acessado aqui (link https://educarr.com.br/index.php/2019/08/08/projeto-de-pesquisa-vai-incluir-pancs-na-producao-de-doces-de-cafeteria/.