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Projeto de alunas de RR é classificado para Exposição Internacional na Argentina

O incentivo à pesquisa científica desde cedo tem despertado nos estudantes do ensino médio o desejo de investir nessa área e alcançar novas conquistas antes mesmo de entrar para universidade. Quem comemora dessa vez mais uma vitória são as alunas do Colégio Militar Estadual Derly Vieira Borges, Cícera de Oliveira e Raylla dos Santos, ambas com 17 anos, que foram classificadas para compor a delegação brasileira que estará na próxima edição da feira do Movimento Internacional para a Ciência e Tecnologia (Milset) da América Latina.

A exposição internacional Milset América Latina será realizada em novembro de 2020, em La Pampa, na Argentina. Elas contam que para chegar até esse credenciamento, apresentaram o trabalho em duas feiras, em Roraima e, por último, no Ceará. Há mais de um ano, as estudantes iniciaram o projeto de pesquisa que, inicialmente, foi apresentado na feira da própria escola.

Depois seguiram para a Feira Estadual, onde garantiram a participação na Milset Brasil, que aconteceu em maio deste ano, em Fortaleza. Foi nesse último evento que as estudantes de Roraima conquistaram o 3º lugar na categoria Ciências Humanas, o que as credenciou para a feira internacional na Argentina. O projeto de Cícera e Rayla é um dos 10 selecionados pela Milset 2019, que reuniu 180 trabalhos de estudantes de todo o Brasil e de outros países da América Latina.

A PESQUISA

O projeto científico desenvolvido pelas estudantes analisa o processo de aprendizagem dos jovens e adolescentes que ainda estão na sala de aula após a utilização de uma ferramenta de estudo que ensina esse aluno a estudar de forma correta e a buscar conhecimento por conta própria. Trata-se da estudologia, que desenvolve um ciclo de aprendizagem em quatro etapas: descobrir, aprender, revisar e treinar.

O trabalho de pesquisa das estudantes partiu da busca por mecanismos e medidas efetivas que possam contribuir para a redução das desigualdades socioeconômicas. “Primeiro, pesquisamos quais as eram as raízes da desigualdade. Encontramos vários fatores que levavam a esse cenário: um deles é a questão política, além da pobreza e violência. Inicialmente pensamos em criar uma disciplina voltada para a ciência política a fim de tornar o cidadão mais preparado para exercer a sua cidadania. Só que encontramos um entrave: a educação”, explicou Rayla dos Santos.

Na avaliação das pesquisadoras, antes mesmo de discutir e avaliar política, a população precisa ter acesso à educação primária. Diante de toda a complexa problemática que envolve a educação brasileira, elas partiram então para encontrar uma forma de “melhorar a relação entre os estudantes e a aquisição do conhecimento”.

Foi assim que surgiu o projeto ‘Aprendendo a aprender: a “estudologia” na redução das desigualdades socioeconômicas’, que buscou voluntários dentro da própria escola para participar do processo de pesquisa. Elas lembram que, inicialmente, se constatou que os próprios alunos percebem a necessidade de melhor o processo de aprendizagem e a deficiência que possuem. “Cinquenta e seis alunos se voluntariam, porém apenas 26 participaram da primeira reunião. Ao final do processo, apenas oito alunos conseguiram concluir as quatro semanas de curso”, recordam.

O curso a que os voluntários foram submetidos utiliza a estudologia como base para ensinar a aprender. A capacitação é oferecida, de forma gratuita, na plataforma Coursera (https://pt.coursera.org/). A técnica de aprendizagem foi desenvolvida pela professora norte-americana Bárbara Oakley.

RESULTADO

Após a participação no curso de estudologia, as pesquisadoras identificaram que houve uma mudança perceptível na forma como os estudantes passaram a avaliar o processo de estudo. Além disso, houve uma melhora no desempenho acadêmico dos alunos, de acordo com uma análise comparativa das notas desses estudantes com relação ao ano anterior.

Elas contam que até novembro de 2020 o objetivo das duas estudantes é reaplicar a pesquisa com um número maior de alunos. Dessa vez, além do Colégio Militar, o projeto vai buscar voluntários em outras escolas públicas e privadas de Boa Vista. “A ideia é ampliar o número de participantes, identificar outras variáveis e dessa forma enriquecer nosso trabalho para a feira internacional que vamos no próximo ano”, explicaram.