Adotar práticas para melhorar as condições de trabalho dos colaboradores da construção civil não só contribui com a qualidade de vida dessas pessoas como passa a ser um diferencial de qualquer empresa. E foi pensando nessa problemática que a estudante de Engenharia da UFRR, Kézia de Oliveira, vai realizar uma série de atividades ao longo desse semestre em uma empresa de construção civil em Boa Vista.
O projeto de ações voltadas para a Saúde e Segurança do trabalhador na construtora J.E.B. Melo Eireli foi um dos 18 aprovados este ano para participar do Programa Bolsa de Inovação Tecnológica (Biterr 2019), realizado pelo IEL, Sebrae e Senai.
Kézia e sua orientadora, a professora Gioconda Martinez, explicam que a finalidade da iniciativa é, inicialmente, fazer um diagnóstico de como anda a questão da saúde e segurança do trabalhador dentro da construtora e, a partir daí, iniciar as oficinas. A finalidade maior do trabalho da estudante é fomentar a cultura de prevenção.
A professora explica que é necessário insistir nessa conscientização porque ainda existe muita resistência por parte dos próprios trabalhadores para usar equipamentos e acessórios de segurança. “Alguns equipamentos, de uma certa forma, limitam os movimentos, ou a visão deles, e eles acham que atrapalha. Então precisamos reforçar com esses trabalhadores os riscos quando se deparam com uma condição que realmente acaba com a vida profissional deles”, observa Gioconda.
Kézia explica que, além da parte preventiva envolvendo equipamentos, o projeto pretende também abordar a prevenção da saúde do trabalhador, evitando doenças a longo prazo. “Estamos falando, por exemplo, do câncer de pele causado pela incidência de sol constante. A orientação vai ser nesse sentido e ainda com a conscientização sobre os exames de rotina como o de próstata”, completa.
Ela explica que o projeto junto à construtora inclui também estratégias de marketing. Nesse caso, a estudante vai desenvolver um site para a empresa divulgar todo o portfólio, que vai além das obras em si. A construtora presta serviço e venda de produtos para a construção civil. “No portal, terá informações de forma sistematizada por serviços e preços. Além disso, faremos um espaço direcionado à parte da saúde e segurança para que o trabalhador não fique limitado apenas ao momento da oficina. Vamos incluir todas as informações repassadas nos encontros”, detalhou.
Para a estudante, essa oportunidade do Biterr tem sido extremamente importante para o seu crescimento acadêmico e, por que não, profissional. Ela avalia que ser inserida no mercado de trabalho antes mesmo de concluir a faculdade é uma das principais vantagens da iniciativa.
Além disso, a aluna de Engenharia afirma que a atividade estimula o desenvolvimento de outras habilidades. “Tem todo um direcionamento do próprio projeto com relação à cobrança de relatório, e é bem exigente. Então precisamos nos organizar quanto à documentação e as etapas do projeto, que precisam de muito planejamento. Junto disso tudo, eu tenho o apoio de uma professora, dos próprios engenheiros da empresa. Eu tiro dúvidas com todos eles”, esclarece.
E a professora Gioconda confirma esse crescimento do aluno ao participar do projeto. Para ela, já é possível perceber o amadurecimento do acadêmico quando participa de uma atividade em que tem a vinculação com a prática e o mercado de trabalho. “Na hora que o aluno verbaliza já se percebe que está diferente daquele aluno que está somente no banco escolar, que ainda não se sente profissional e se sente distante do mercado de trabalho. Portanto, é uma prática que só tem vantagens para todos os envolvidos”, avalia.