Quem tem cachorro sabe muito bem como é difícil a hora de dar banho. Isso porque, ao contrário do ser humano que associa o banho a uma experiência relaxante, para os animais parece mais uma sessão de tortura. E se o banho acontece em um lugar estranho ao que o cão e gato estão habituados esse estresse só piora.
Por isso, a ida ao pet shop para os cães e gatos muitas vezes é um tormento. Foi a partir dessa constatação que surgiu o projeto de pesquisa da estudante do curso de Medicina Veterinária da UFRR, Mainne Paixão dos Santos, um dos classificados no Programa Bolsa de Inovação Tecnológica (Biterr 2019), realizado pelo IEL, Sebrae e Senai.
De acordo com o orientador de Mainne, professor Wilson Gonçalves Farias, a finalidade do trabalho de pesquisa agora é identificar uma forma de melhorar o bem-estar do animal quando estiver no pet shop para receber banho e tosa.
“Vamos pesquisar sobre o que podemos fazer para redirecionar o foco do animal, para não ficar estressado naquela estrutura. E a ideia é ofertar para a empresa brinquedos ou algo que façam o entretenimento”, explicou.
E completa: “A aluna vai pesquisar materiais que possam ser utilizados, que sejam atóxicos para os cães, de fácil disponibilidade aqui na região e de baixo custo”.
A estudante conta que já pesquisou alguns estilos de brinquedos, que podem ser confeccionados com produtos recicláveis como garrafas pet, cano PVC ou papelão. “Faremos experimentos para testar se o melhor é usar petiscos, fragrâncias ou essências nesses brinquedos para acalmar o cão”, conta.
Segundo Mainne, a garrafa pet, por exemplo, pode ser utilizado para a criação de um brinquedo colorido, chamativo, com bastante furos e petiscos dentro. “O olfato dos cachorros será bastante estimulado e isso pode deixá-lo concentrado e distraído”, explica. Da mesma, ela continua, o cano de PVC pode sofrer um recorte para inserir bolinhas que também podem entreter os animais.
O professor Wilson ressalta que projetos de iniciação científica como este são extremamente importantes para o processo de aprendizagem dos acadêmicos. “Desperta a curiosidade, o raciocínio e, particularmente no Biterr, não é só ensino e pesquisa em si, é uma pesquisa entrelaçada com aplicação prática no mercado de trabalho”, ressalta.
No caso dos brinquedos reciclados para entreter cães e gatos, a empresa que será beneficiada com a pesquisa será a Pet Lovers, que funciona na avenida Mário Homem de Melo, no bairro Mecejana.
“Então, o diferencial do Biterr é muito importante porque é algo que desenvolve o raciocínio, conhecimento, o estudo e, ao mesmo tempo, atende uma demanda direta com aplicação prática para a empresa, que vai refletir no seu desempenho”, reforça.
Para Mainne, além do aprendizado, ter a oportunidade de ser inserida no mercado de trabalho antes mesmo da conclusão do curso faz toda diferença no final do processo. “Sair um pouco do ambiente acadêmico, a gente cresce bastante. Também tem a questão de estar envolvida em um processo de pesquisa que trata de questões comportamentais. Me atrai entender um pouco mais o comportamento dos animais e saber como lidar com o estresse, tentando sanar isso. Toda essa experiência me ajudará muito no meu desenvolvimento acadêmico”, avalia.