Uma plateia entusiasmada com mais de mil pessoas lotou o auditório do Centro Amazônico de Fronteiras (CAF) da UFRR para assistir a palestra show ‘Seja Você o Primo Rico’, apresentada por Thiago Nigro, especialista financeiro e fundador do canal de Youtube “O Primo Rico”. O evento foi uma realização do Sebrae Roraima dentro da programação do Show de Empreendedorismo realizado todos os anos pela instituição.
Em entrevista exclusiva ao portal EducaRR, Nigro falou sobre esse fenômeno que levado muitos brasileiros a se interessar e se dispor a aprender sobre educação financeira. Para ele, a forma simples de ensinar sobre finanças e investimentos que os youtubers decidiram fazer por meio da internet é um dos fatores que tem contribuído para que tantas pessoas mude o modo de lidar com o próprio dinheiro.
“Primeiro, a aproximação entre quem produz conteúdo e quem consome. Porque antigamente quem produzia [conteúdos da área] se colocava de uma forma muito distante como se fosse uma super autoridade, usava terno e gravata, e falava muito difícil para parecer mais do que você sabia e do que de fato você queria ajudar as pessoas. Então teve essa mudança. O consumidor não mudou, pelo menos sob essa ótica”, reforça.
Além disso, ele ressalta que houve uma mudança com a própria economia, o que, consequentemente, não permitiu mais ser “tão fácil ter a mesma rentabilidade que se tinha antes”. “E aí as duas coisas se unem: o brasileiro precisa procurar investimentos melhores e tem mais gente fazendo conteúdos de forma acessível. Então acaba gerando essa mudança de mindsite [mentalidade] de investidor porque junto de tudo isso a gente tem a internet que é um efeito que não tinha antigamente e é por isso que hoje o mercado financeiro está mudando tanto”, explica.
Portanto, a falta de educação financeira do povo brasileiro acaba por estimular ainda mais a procura por conteúdos, youtubers e empresas de consultoria que contribuem para o crescimento do setor. E o diferencial de todos que decidiram ensinar as pessoas a investir bem é reforçar o tempo inteiro que qualquer pessoa pode fazer isso.
Para Thiago Nigro, não precisa ter muita grana. “Até com R$30 ou R$100 reais uma pessoa pode começar a investir”, diz. Segundo ele, até mesmo quem ganha um salário mínimo pode fazer investimentos. “É certo que quanto mais pobre você é, maior a dificuldade, maior a sua defasagem cultural e educacional. Mas é possível para todo mundo. Todas as pessoas podem mudar. Conheço várias histórias de pessoas que estavam em situações problemáticas e conseguiram dar a volta por cima”, ressaltou.
Ao final da conversa, o especialista lançou uma reflexão à quem ainda não despertou para isso: “Vale a pena passar uma vida inteira vivendo só para pagar conta? Será que faz sentido? Eu sei que é tão difícil a vida para muitas pessoas, principalmente, para as mais humildes, mas o recado que quero passar, especialmente para essas pessoas, é: é possível mudar. E se existe uma possibilidade e você estiver nessa situação, vai atrás porque passar uma vida inteira assim não é legal, ninguém merece”, completou.
THIAGO NIGRO
O especialista começou sua apresentação contando uma história nem um pouco estimulante para quem saiu de casa, querendo saber a melhor forma de ficar rico. Nigro disse que a primeira experiência que teve na vida com investimentos foi um fracasso. Ele ganhou R$5 mil reais dos pais, aos 18 anos, e conseguiu perder tudo em uma semana na bolsa de valores.
No entanto, a frustração que ele teve naquele momento foi o combustível para se dedicar aos estudos, e para alcançar um lugar no mercado financeiro. Num gráfico apresentado ao público, Thiago mostra que saiu de um primeiro salário como garçom de pouco mais de R$200 para a conquista de seu primeiro R$1 milhão em sete anos.
Depois dessa conquista, ele vendeu sua parte na empresa de consultoria que ele tinha e investiu grande parte em viagens por vários lugares do mundo, conhecendo de perto a forma de viver e de investir das pessoas mais bem sucedidas do planeta. Ao retornar, abriu o negócio de maior destaque que ele teve até hoje, o ‘Primo Rico’.