Você teve ou conhece alguém que vive tendo explosões de fúria com frequência, quando aparentemente a causa daquele ataque é desproporcional aos impulsos raivosos, ou seja, ficar extremamente irritado por motivos bobos? Se isto tem acontecido com frequência, é bem provável que sofra de Transtorno Explosivo Intermitente (TEI).
A psiquiatra Cynara Xavier, ressalta que para diagnosticar o paciente com TEI é preciso identificar mais do que uma simples falta de paciência ou até mesmo uma agressividade. “Quem é simplesmente irritado, tem uma explosão de fúria aqui e outra ali e depende muito do estímulo. Nesse caso [TEI], o estímulo é mínimo para tanta explosão”, explica.
Segundo a médica, os ataques de ira de quem tem o Transtorno Explosivo Intermitente são direcionados a uma pessoa ou a uma situação, chegando a agredir verbalmente a pessoa que está envolvida, quebrar objetos ou a se machucar. “A pessoa depois que passa por isso, se sente muito arrependida, mas na hora não consegue controlar o impulso explosivo”, completa.
O transtorno acomete os adultos e geralmente o que levou ao problema de saúde foi algum trauma na infância ou experiência desagradável. E para diagnosticar como TEI é preciso observar a frequência desses ataques. “Tem que ter três episódios por semana, aproximadamente, por, no mínimo, três meses. Então, esse é o principal critério de diagnóstico”, explica.
Os pacientes que sofrem da doença levam um tempo para perceber que precisam de ajuda. Até lá, o comportamento explosivo acarreta vários prejuízos tanto sociais, familiares quanto profissionais. “Acaba comprometendo a relação pessoal, porque pode acontecer no emprego ou em um ambiente social. É extremamente desagradável porque a pessoa que tem, sofre muito com isso porque não consegue controlar”, observa.
Os membros da família ou os colegas de trabalho podem ajudar porque são os primeiros a perceber que algo está errado. Portanto, ao perceber que convive com alguém que sofre de TEI, a orientação é buscar um médico psiquiatra, uma vez que o tratamento é a combinação de medicamentos com psicoterapia.
Cynara Xavier ressaltou que tem observado um aumento na procura de pacientes com transtorno explosivo intermitente. Para ela, o fato de as pessoas estarem mais esclarecidas e buscarem mais informações sobre os tratamentos psiquiátricos tem ajudado os pacientes a ir ao médico e buscar ajuda.
Sobre os estigmas e preconceitos relacionados aos pacientes psiquiátricos, a médica ressalta que é preciso entender de uma vez por todas que saúde mental trata de doenças como qualquer outra patologia.“E essa história de que paciente que faz tratamento psiquiátrico fica dependente do remédio para o resto da vida, é preciso que esclareça: não é uma dependência, ele está fazendo um tratamento, a manutenção de um transtorno que ele tem. Por exemplo: o diabético tem que tomar remédio pelo resto da vida. O hipertenso tem que tomar remédio pelo resto da vida. E eles não são dependentes. Na verdade, eles precisam tomar a medicação para se manter bem. E muitas vezes nos casos psiquiátricos é isso que acontece”, observa.
Para buscar mais informações, a médica atende na Clínica Harmony e atende pelo telefone (95) 98114-1481.